Eike Batista é um empresário brasileiro famoso por seus empreendimentos nos setores de mineração, petróleo e gás, entre outros.
Ele foi considerado um dos homens mais ricos do mundo, com uma fortuna estimada em dezenas de bilhões de dólares durante o auge de seus negócios.
Trajetória Eike Batista
A trajetória de Eike Batista é marcada por uma ascensão meteórica seguida por uma queda igualmente dramática. Nascido em Governador Valadares, Minas Gerais, aos 12 anos mudou-se para Frankfurt, na Alemanha, devido à carreira profissional de seu pai, Eliezer Batista. O pai de Eike presidia a então Companhia Vale do Rio Doce e foi ministro de Minas e Energia durante os governos militares.
Na década de 1970, Eike iniciou a faculdade de engenharia metalúrgica, mas não concluiu o curso. Na Europa, ele montou uma trading para negociar produtos brasileiros com comerciantes europeus e africanos.
Nos anos 80, de volta ao Brasil, ele começou a trabalhar como intermediário para garimpeiros do Mato Grosso, facilitando a venda de ouro para grandes centros do país. Com um empréstimo de joalheiros do Rio de Janeiro e São Paulo, Eike fundou sua primeira empresa de ouro.
Em um ano e meio, Eike faturou mais de US$ 6 milhões com o negócio e começou a lucrar com a produção.
A expansão de seus negócios atraiu a atenção da mineradora canadense Treasure Valley, fruto de uma fusão de ativos que resultou na criação da TVX Gold. Em 1985, Eike tornou-se o principal acionista e presidente da TVX, cujas ações eram negociadas nas bolsas de Toronto e Nova York.
No ano seguinte, a operação se internacionalizou com um investimento inicial de US$ 300 milhões no Chile. Em 1998, após desentendimentos com a empresa canadense, Eike deixou o quadro social da TVX. Com um patrimônio de R$ 1 bilhão, ele investiu em projetos que não tiveram sucesso, como a EBX Express, a fábrica de jipes JPX e uma franquia de cosméticos.
As perdas desses projetos não foram compensadas pela diversificação da EBX, holding do grupo. Os principais negócios do grupo continuavam focados em recursos naturais e infraestrutura.
Nos anos seguintes, ele expandiu seus negócios para incluir mineração, fundando a empresa MMX Mineração, que se tornou uma das principais produtoras de minério de ferro do Brasil.
Além disso, ele também entrou no setor de petróleo e gás com a criação da OGX (posteriormente renomeada como Óleo e Gás Participações), visando explorar reservas de petróleo offshore no Brasil.
A estratégia usada por Eike era encontrar bons ativos e projetos abandonados por falta de recursos, criar um projeto de exploração, atrair sócios para financiar o projeto e depois sair do negócio.
No auge de suas operações, Eike foi listado como uma das pessoas mais ricas do mundo, com um patrimônio estimado em 30 bilhões de dólares. Contudo, sua fortuna começou a desmoronar em meados de 2010, quando a OGX e outras empresas de seu conglomerado começaram a enfrentar problemas financeiros e escândalos.
As reservas de petróleo da OGX foram significativamente superestimadas, levando a uma crise de confiança dos investidores.
Em 2017, Eike foi acusado de corrupção e lavagem de dinheiro durante a Operação Lava Jato e, por um tempo, foi considerado foragido. Em 2018, foi condenado por crimes de manipulação do mercado financeiro e insider trading relacionados à venda de ações da OGX antes da empresa declarar falência. sua sentença foi de mais de 30 anos de prisão, mas foi reduzida devido a acordos de delação premiada.
Empresas de Eike Batista
A primeira empresa criada pela holding foi a MPX, uma usina termelétrica com investimento de US$ 150 bilhões, que começou a ser operada em 2002 e foi vendida em 2005 para a Petrobras (PETR3).
A MMX foi criada em 2006, após a descoberta de um depósito de minério de ferro. Aproveitando o aumento das commodities, Eike abriu o capital da mineradora em 2008, que ainda não havia iniciado operações. O IPO foi um dos maiores da época, captando R$ 1,2 bilhão.
Após o sucesso da estreia da MMX na bolsa, seguiram-se outros IPOs bilionários, como o da OGX (petróleo), que captou R$ 6,7 bilhões, o da OSX (naval), que arrecadou R$ 2,8 bilhões, e o da MPX (energia), que obteve R$ 2,2 bilhões dos novos acionistas.
Nesse ponto, Eike já era uma figura renomada no mercado acionário brasileiro e internacional, até que as coisas começaram a declinar.
Eike Batista é uma figura controversa na história empresarial brasileira, tanto por seus sucessos iniciais quanto por seus subsequentes problemas legais e financeiros.