Fernando Haddad é um político brasileiro filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT). Atualmente, ele exerce o cargo de 155º Ministro da Fazenda do Brasil. Entre 2005 e 2012, Haddad foi Ministro da Educação durante os governos de Lula e Dilma Rousseff. Além disso, foi prefeito de São Paulo de 2013 a 2016.
Haddad começou sua trajetória acadêmica na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) em 1981, graduando-se em 1985. Após concluir o curso e ter sido aprovado na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Haddad fez mestrado em Economia e, entre 1991 e 1996, fez doutorado em Filosofia, ambos na USP.
Carreira profissional de Fernando Haddad
Fernando Haddad iniciou sua carreira profissional em 1986, como sócio de seu cunhado Paulo Nazar, no setor de construção e incorporação. No mesmo ano, passou a trabalhar como analista de investimentos do Unibanco (atual Itaú).
Em 1991, foi aprovado como professor na USP, tornando-se docente no Departamento de Ciência Política em 1997. Em 1998, atuou como consultor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), onde participou da criação da Tabela Fipe, um índice de preços de automóveis.
Carreira política de Fernando Haddad
Após as manifestações das “Diretas Já”, que marcaram o fim da ditadura, Haddad iniciou sua carreira política como presidente da organização estudantil da Faculdade de Direito. Seu envolvimento com o movimento estudantil e grupos como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) o levou a ingressar no PT em 1983.
O destaque político de Haddad veio em 2001, quando Marta Suplicy, recém-eleita presidente do PT, o nomeou subsecretário da Fazenda de São Paulo. Ele passou dois anos como assessor do então ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Em 2003, no início do primeiro governo Lula, Haddad atuou como assessor especial do Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, promovendo parcerias público-privadas (PPPs) na administração federal.
Já em 2004, passou a atuar no Ministério da Educação (MEC) como secretário-executivo do então ministro Tarso Genro, também do PT. Nessa função, ele coordenou o grupo responsável por desenvolver um projeto de reforma universitária e implementou uma das prioridades do ministério: o Programa Universidade para Todos (ProUni), que se tornaria uma das principais bandeiras dos governos do PT.
Em 2005, Tarso Genro teve que deixar o MEC para assumir a presidência nacional do PT e indicou Haddad para sucedê-lo. Dentre os projetos que marcaram o período de Haddad como ministro da Educação, estão:
- Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE)
- Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)
- Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies)
- Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e da Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb)
- Sistema de Seleção Unificada (Sisu)
Em janeiro de 2012, Haddad deixou o cargo e, no mesmo ano, foi eleito prefeito de São Paulo em segundo turno, com mais de 55% dos votos válidos.
Em seu único mandato como prefeito, a prioridade foi a mobilidade urbana, dando preferência ao transporte público e coletivo em detrimento do transporte individual, o que o fez perder popularidade.
Durante a gestão de Haddad, foram criados novos corredores de ônibus, ciclovias e ciclofaixas, além da redução dos limites de velocidade em diversas ruas e avenidas da cidade. Além disso, ele também sancionou um novo Plano Diretor para São Paulo e renegociou a dívida do município com a União.
Embora tenha recebido diversos prêmios internacionais, seu governo foi criticado pela falta de efetividade no combate às drogas e pela insuficiência de políticas públicas e ações voltadas para as regiões periféricas de São Paulo.
Amplamente rejeitado por grandes parcelas da população paulistana, Haddad não conseguiu avançar para o segundo turno na eleição de 2016, quando tentou um segundo mandato.
Experiências e Contribuições
Analista de Banco e Professor
Haddad foi analista de investimentos no antigo Unibanco e consultor na Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), onde contribuiu para criação da Tabela Fipe.
É autor de seis livros, sendo o mais recente lançado em maio de 2022. Além disso, foi professor na USP, no Insper, e integrou o Conselho Universitário da PUC-SP.
Prefeito e candidato à presidência
Haddad foi eleito prefeito de São Paulo em 2012, derrotando José Serra (PSDB). No entanto, não conseguiu se reeleger em 2026, perdendo no primeiro turno para João Dória (PSDB). Em 2018, foi candidato à presidência substituindo Lula, que estava preso, mas perdeu para Jair Bolsonaro (PL).
Disputas recentes
Em 2022, Haddad foi candidato da coligação para o governo de São Paulo, derrotando Márcio França (PSB) nas primárias, mas perdeu a eleição para Tarcísio de Freitas (Republicanos), o candidato apoiado por Bolsonaro.
Relação com Lula
Após a eleição de 2022, Haddad acompanhou o presidente eleito Lula ao Egito para a Conferência do Clima da ONU, sendo o único político da comitiva não diretamente ligado ao meio ambiente. Este gesto foi visto como um sinal de sua influência junto ao presidente eleito.
Fernando Haddad tornou-se um dos principais interlocutores de Lula com empresários e foi integrado à equipe de economia durante a transição de governo, apesar de enfrentar resistências da parte do mercado financeiro.
Resumo de Cargos e Conquistas de Haddad
- 1983: Filiação ao PT
- 1985: Graduação em Direito
- 1990: Conclusão do mestrado em Economia
- 1996: Conclusão do doutorado em Filosofia
- 2001: Subsecretário de Finanças – SP
- 2003-2004: Assessor do Ministério do Planejamento
- 2004-2005: Secretário executivo do Ministério da Educação
- 2005: Assume o Ministério da Educação
- 2012: Eleito prefeito de São Paulo
- 2023: Assume o Ministério da Fazenda