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TAG inicia mapeamento de interessados em gasodutos para ampliar sua malha

08 fev 2021, 17:19 - atualizado em 08 fev 2021, 17:19
Gás
A TAG prevê investimentos de até 1,5 bilhão de reais, nos próximos cinco anos, incluindo investimentos para ampliação de sua malha (Imagem: REUTERS/Caetano Barreira)

A Transportadora Associada de Gás (TAG) iniciou nesta segunda-feira um mapeamento que visa identificar interessados em capacidade adicional que demande ampliação de seu sistema de transporte, um primeiro movimento de expansão da maior empresa de gasodutos do país após a saída da Petrobras (PETR4).

Os interessados em gasodutos em momento em que o novo mercado de gás aguarda aprovação pela Câmara dos Deputados, mas começa a atrair a atenção do setor privado com a saída da Petrobras do segmento de transporte do insumo terão até 10 de março para informar sua intenção em contratar capacidade no sistema de transporte e enviar seu formulário.

A prospecção de companhias é uma etapa que antecede uma chamada pública incremental, que será supervisionada pela reguladora ANP e cujo edital poderá ser publicado em julho, após informações levantadas serem avaliadas.

Segundo o diretor Comercial e Regulatório da TAG, Ovidio Quintana, a expectativa é que seja possível celebrar termos de compromisso com empresas ou consórcios no fim deste ano, e que as novas infraestruturas para escoamento do gás estejam operando a partir de 2023.

“O movimento segue nesse caminho de continuidade para a abertura do mercado de gás natural… É super importante para marcar essa posição de que é um setor aberto, a ouvir o mercado e viabilizar esse encontro dos agentes para poder multiplicar suas ações”, afirmou Quintana, em uma entrevista por videoconferência.

O executivo evitou apontar possíveis interessados no momento, mas um levantamento da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) apontou em 2019 diversos potenciais projetos de expansão de gasodutos do país, como uma possível conexão da TAG com terminal de gás da GNA, no Porto do Açu, no Norte Fluminense, e com terminal da Celse, em Sergipe.

A TAG prevê investimentos de até 1,5 bilhão de reais, nos próximos cinco anos, incluindo investimentos para ampliação de sua malha, conforme informado anteriormente.

A medida vem como um dos resultados de programa implantado pelo governo federal que busca reduzir o papel da Petrobras no setor de gás natural, abrindo espaço para competição e investimentos privados.

O executivo destacou que o mercado de gás brasileiro, até então, era bastante verticalizado e dependente da Petrobras. Segundo ele, a petroleira teve seu papel importante, realizando aportes e criando a infraestrutura e o mercado que existem hoje.

Mas Quintana frisou que o momento agora é de dar um salto para um mercado muito mais dinâmico.

Recentemente, a TAG fechou contrato para abastecer duas fábricas de fertilizantes operadas pela Proquigel Química, do Grupo Unigel, na Bahia e em Sergipe, em seu primeiro acordo de transporte com uma empresa privada.

O negócio, de 100 milhões de reais, teve início em 29 de janeiro e prevê a entrega de 2,3 milhões de metros cúbicos de gás por dia.

A TAG, que pertencia à petroleira estatal, com uma infraestrutura de gasodutos de aproximadamente 4.500 km, foi vendida e hoje é operada pela Engie, com 65% de participação, em parceria com a Caisse de dépôt et placement du Québec (CDPQ), com 35%.