Taesa (TAEE11) ganha mais um sinal negativo para dividendos, destacam analistas
A notícia de que a Taesa (TAEE11), elétrica conhecida por seus gordos dividendos, irá emitir R$ 800 milhões em debêntures para pagamento de despesas e dívidas relacionadas aos projetos Novatrans, Ananaí, Pitiguari e Saíra pode prejudicar a distribuição de proventos, coloca a Ativa Investimentos em comentário enviado a clientes.
Apesar de classificar a operação como positiva do ponto de vista do acesso ao crédito e das taxas obtida, a elétrica pode sair mais endividada da ‘brincadeira’.
“Atualmente, a Taesa dispõe de uma alavancagem de 3,7x e vemos a nova emissão adicionando um viés altista aos números atuais, uma vez que os projetos supracitados estão com menos 15% de avanço físico (até junho/23) e assim, ainda demorarão para contribuir efetivamente aos resultados da empresa”, coloca.
Para a corretora, com o Ebitda (que mede a geração de caixa) mais pressionado e tendo que dispor de um elevado capex (investimentos) ao longo dos próximos dois anos, o fluxo de caixa livre da companhia pode seguir pressionado e assim, a distribuição de proventos seja mais modesta do que vimos no passado recente.
“Sem contar com esta nova emissão, estimávamos uma distribuição de 75% do lucro líquido IFRS da empresa para 2023 e assim, de um dividendo de R$ 3,34/ação, o equivalente à um yield de 9,7% frente aos preços de fechamento de segunda-feira (21)”, coloca.
Procurado pelo Money Times, a empresa respondeu que os termos e condições das debêntures foram aprovados pelo seu conselho de administração e divulgados na ata da reunião.
“A companhia se encontra em período de silêncio, de acordo com a legislação vigente”, completou.
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Vale a pena comprar Taesa?
Na visão da Ativa, o papel deve ser um dos que mais se beneficiam com o fechamento da curva de juros do país. Porém, a recomendação é neutra.
“A remuneração total ao acionista prevista para os próximos anos pode não compensar o prêmio em que a ação é transacionada atualmente frente aos pares quando comparamos as suas taxas internas de retorno real”, completa.
Esse não é o primeiro comentário negativo relativos aos dividendos da transmissora de energia. Para a Genial, a elétrica pode estar pagando proventos demais.
“O pagamento excessivo de dividendos que poderia justificar o prêmio é um dos responsáveis – mas não o único – pela empresa ser a mais alavancada dentre os pares (3,7x Dívida Líquida/EBITDA 12M), em um cenário de juros altos”, destaca.