Taesa (TAEE11): Analista ‘tesoura’ projeção de dividendos após nova política
Os analistas da Genial cortaram em três pontos percentuais as projeções de dividendos a serem pagos em 2024 da Taesa (TAEE11), de 11% para 8%, após a aprovação da nova política de proventos da companhia.
No último dia 9 de maio, a empresa anunciou uma nova política de dividendos. A partir de 2024, a base de cálculo para distribuição passa a ser o lucro líquido regulatório, visando a execução do planejamento estratégico e maior previsibilidade por parte do mercado.
Segundo os analistas Vitor Sousa e Israel Rodrigues, o rendimento esperado de dividendos para o ano de 2024 deve ser pressionado pela aplicação dessa política, enquanto os próximos anos devem ser normalizados em relação ao pay-out histórico.
“O evento é marginalmente negativo para investidores focados em dividendos, mas não altera em nada o processo de geração de valor para o acionista. Seguimos com recomendação e MANTER para as ações da empresa”, discorrem.
Taesa: Tá barato?
Em outro relatório da Genial, os analistas calculam potencial de valorização para as ações de 9,3%, negociando a uma taxa interna de retorno real implícita de 9,8% (vs NTN-Bs 2045 de 6,2%).
“Elevamos nosso preço-alvo para as ações após incorporarmos os empreendimentos mais recentes adquiridos nos leilões de transmissão, bem como em função de menores taxas de juros e da atualização sobre o fluxo de investimentos esperados dos Reforços & Melhorias (R&M)”, discorrem.
E os dividendos?
Os analistas alertam para o fato da Taesa ser a mais alavancada dentre os pares (3,8x Dívida Líquida/EBITDA 12M), e, por outro, possuir o menor número de projetos em construção e o menor prazo de concessão médio dentre os pares do segmento (14,9 anos).
Além disso, é a companhia mais exposta ao IGPM, com cerca de 60% da receita total vinculada a este índice, que vem apresentando deflação neste início de ano e que provavelmente afetará negativamente as RAPs (receita anual permitida) das concessões da empresa no reajuste que ocorre no meio do ano, para o ciclo 2024/2025.
“Sendo assim, nossa preocupação reside nos próximos passos da empresa: ela deve desalavancar primeiro, abrindo espaço para novos projetos e aumentando a receita da companhia, ou se deve adquirir novos projetos primeiro, aumentando ainda mais seu endividamento, mas utilizando as novas receitas para acelerar o processo de desalavancagem”, questionam.
Na primeira situação, explicam, a empresa deixaria passar oportunidades de aquisição no curto/médio prazo, sendo que a partir de 2030, parte de suas concessões começa a expirar e projetos novos levam de 3 a 4 anos para se tornarem operacionais após a assinatura do contrato.
Na segunda situação, a empresa se alavancaria ainda mais para obter novos projetos, mas teria que conviver com uma dívida alta por mais 3 a 4 anos, até começar a contar com a receita desses investimentos, que ajudariam no processo de desalavancagem.
E uma terceira opção, que poderia deixar investidores chateados, seria a empresa diminuir o pagamento de dividendos, para acelerar a desalavancagem.