Taesa: sentiu falta dos dividendos? Eles podem chegar com força no 4º trimestre; entenda
O desempenho da Taesa (TAEE11) no terceiro trimestre não empolgou muito os analistas.
No terceiro trimestre, a empresa lucrou R$ 192 milhões, queda de 25,4%, enquanto as receitas subiram 28,9%, a R$ 497 milhões.
Para a XP, a elétrica divulgou resultados neutros, uma vez que os números do Ebitda Ajustado vieram em linha com as estimativas e com o consenso de mercado.
A boa performance do indicador no trimestre está relacionada ao reajuste das receitas das linhas de transmissão expostas ao IGPM (alta de 37%) e a entrada operacional de projetos que estavam em desenvolvimento.
Outro ponto positivo da empresa, segundo a Genial, é o endividamento, que alcançou um total de R$ 7,5 bilhões – representando uma alavancagem de 4,3x Dívida Líquida/Ebitda.
“No geral, vemos esse resultado trimestral com bons olhos, mas sem grandes motivações para alterarmos nossa recomendação. Como eventual gatilho de valor, citamos o processo de desinvestimento da Cemig”, afirma.
O Itaú BBA destaca que a receita líquida de R$ 498 milhões ficou em linha com as estimativas. Isso é explicada pela:
- entrada em operação da transmissão de Janaúbalinha em setembro de 2021;
- atualização monetária de 37,04% para o IGP-M e 8,06% para o IPCA;
Vem dividendos aí?
O BBA também lembra que, de acordo com a política de dividendos da empresa, a Taesa deve distribuir, pelo menos, 50% de seu lucro líquido anual IFRS.
Portanto, como a empresa divulgou fortes resultados nos nove primeiros meses do ano, puxados pela alta do IGP-M, e não houve anúncio de dividendos nos últimos dois trimestres, provavelmente veremos um anúncio no quarto trimestre.
“A empresa já pagou cerca de R$ 466,5 milhões em dividendos no início do ano, o que representa apenas 3,6% do rendimento de dividendos”, completa.
Vale a compra?
Os analistas do Itaú BBA ressaltam, porém, que mesmo com a política de dividendos atraente e o fluxo de caixa previsível a ação não guarda potencial de alta. Por isso, a corretora manteve a recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 37.
A XP afirma que embora haja uma visão positiva sobre a estabilidade do segmento de transmissão, com base em uma estrutura de receita fixa, as ações já estão precificadas.
Na avaliação da Genial, com a entrada operacional dos projetos sob desenvolvimento da empresa e queda na necessidade de investimentos, o atual nível de endividamento somados a alta dos juros podem representar um risco para lucratividade da empresa e fazer com que a empresa passe a ser menos generosa no pagamento de dividendos aos acionistas.
A recomendação é venda, com preço-alvo de R$ 37,47.