Taesa e transmissoras devem se safar de crise hídrica, aponta analista
Empresas transmissoras de energia, como a Taesa (TAEE11), deverão sentir menos os efeitos provocados pela crise hídrica que assola o Brasil, aponta o Inter Research em relatório enviado a clientes.
“Esperamos que os resultados das empresas de distribuição permaneçam em patamares favoráveis, enquanto a parte de geração, principalmente hídrica, deva desempenhar aquém do potencial”, aponta o analista Rafael Winalda.
O analista lembra que houve crescimento por demanda elétrica no primeiro trimestre, puxado pela a retomada econômica de setores como a indústria e as commodities.
“Observamos também um aumento no consumo da classe residencial, dado que as famílias consumiram mais energia, ao ficarem mais em casa, bem como pelo uso mais intenso do ar-condicionado, em razão das maiores temperaturas”, argumenta.
Por outro lado, a falta de chuvas tem provocado receios de especialistas sobre a possibilidade de racionamento de energia.
“Empresas como AES Brasil (AESB3) e Engie (EGIE3) devem apresentar resultados abaixo do esperado e de seus potenciais, em razão da alta dependência de seus fluxos de caixa quanto à geração hídrica”, destaca.
Taesa, fora da curva
Segundo o analista, a Taesa, por ser uma transmissora, reúne algumas vantagens em relação a outras empresas do setor.
Primeiro: é independente do faturamento quanto à energia tramitada nas linhas.
Além disso, a receita é definida em contrato e ajustada anualmente pela inflação.
“Assim, a dinâmica dos resultados segue as peculiaridades dos contratos, bem como arremate de outros projetos”, aponta.
O Inter prevê alta de 13% no Ebitda, que mede o resultado operacional, para R$ 357 milhões.
Apesar disso, o lucro líquido deverá cair 23%, para R$ 197 milhões.
AES Brasil deverá ter resultados secos
Atualmente, 80% da capacidade de geração de caixa da AES Brasil vem de fontes hídricas.
“Além de um volume de geração menor, os gastos com compra de energia devem pesar, mais uma vez”, diz.
Dessa forma, o Inter calcula receita de R$ 521 milhões, crescimento de 10% no ano.
Contudo, a expectativa é de que o Ebitda avance 3% e o lucro líquido caia 60% na mesma base de comparação.
Engie
Para o Inter, as expectativas não são animadoras no caso da Engie. A corretora lembra que apesar da qualidade notável de seus ativos, cerca de dois terços de sua capacidade de entrega é composta por usinas hidroelétricas, que devem seguir sofrendo.
“A maior parte do parque hídrico se concentra no Sul do país, que apresentou certa recuperação no primeiro trimestre, mas deve ter dificuldade ao longo de 2021 como foi no ano passado, dado a manutenção de cenário de crise hídrica”, diz.
O Inter prevê queda de 10% no lucro líquido da Engie.