Tá ‘oquei’, a China voltou, mas os mercados mostraram, ontem, que não se vive só expectativas

‘Oquei’, a China liberou a entrada de carne bovina na quarta, o mercado teve uma sacudida em cima das expectativas, mas a realidade de curto prazo bate à porta.

Se teve gente pedindo até R$ 340 pelo boi, não teve negócio e nem vai ter tão já. Os preços pouco mudaram dos R$ 315 a R$ 317, entre as referências do mercado, nos últimos dois dias.

Inclusive, os futuros da B3 (B3SA3), que saltaram anteontem mais de 4%, na média dos contratos, ontem também voltaram para trás, entre 0,30% a 0,40%.

As ações dos frigoríficos também se aproveitaram, mas nos negócios da quinta murcharam, até as do Minerva (BEEF3). No dia do anúncio chinês, fechou acima de 11%, para 0,71% no pregão seguinte.

No cenário real, não haverá liquidez imediata. Por mais que os frigoríficos tenham dito que as exportações possam ser retomadas imediatamente, não serão tão imediatamente assim, mesmo que já tenham pedidos sendo feito pelos chineses.

As indústrias estavam desprogramadas com animais e não sairão atropelando, porque a China sabe que o Brasil está em ritmo de fim de ano já.

Nem navios têm à disposição, ou vagas naqueles com câmaras frias que já estavam programados para os próximos dias, mesmo porque há uma crise de déficit da naves nesse modal logístico se abatendo sobre o mundo todo.

A partir de janeiro a realidade externa, com China, pode até mudar, mas também será do jeito deles. Mesmo que reste a expectativa de necessidade de formação de estoques para o Ano Novo Lunar, o mercado não esquece que se o gigante ficou mais de 3,5 meses sem buscar nada no Brasil, então…

E, para o mercado interno, as compras já foram feitas, visando um final de ano mais do mesmo que o de 2020. Tanto que das altas do boi em novembro, em dezembro já foram bem amortecidas com os frigoríficos desacelerando a originação.