Tá barato? Empresa de Lemann, Sicupira e Telles vai recomprar 1 milhão de ações
A São Carlos (SCAR3), empresa controlada pela 3G Capital, de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, irá recomprar até 1 milhão de ações, mostra documento enviado ao mercado nesta quarta-feira (10).
O prazo será de um ano, com início em 11 de maio de 2023 e encerramento em 10 de maio de 2024.
Bradesco BBI, BTG, Citi, Elite, Guide, Itaú BBA, JPMorgan, Santander e XP atuarão como coordenadores da operação.
Tá barato?
Os programas de recompra ocorrem, normalmente, quando a empresa entende que o papel está barato. Além disso, com o programa, os dividendos aumentam, já que há menos ações em circulação.
Em seis meses, a ação da São Carlos acumula queda de 36%. O papel chegou a atingir a mínima em maio, mas recuperou parte das perdas.
Ligação com 3G Capital
A São Carlos surgiu em 1985 a partir da cisão dos ativos imobiliários da Americanas (AMER3), controlado por Lemann desde 1980. O objetivo era operar de modo independente a gestão de imóveis e facilitar a entrada da varejista pelo interior do país.
A ideia teria partido de Beto Sicupira, segundo relata a jornalista Cristiane Correa, no livro Sonho Grande, sobre a ascensão do trio. O executivo era visto como um obcecado por corte de custos na varejista, marca que ficou famosa nas empresas administradas pelo grupo.
Só a partir de 1999 que a empresa deu início a sua diversificação de patrimônio, com a cisão dos ativos imobiliários da Americanas.
Hoje, os acionistas possuem 31 milhões de ações da companhia, com participação de 54,8% do total. Além disso, entre os membros do conselho de administração está Jorge Felipe Lemann, filho de Lemann.
Mais recentemente, o grupo iniciou uma nova frente de negócios ao ingressar na locação residencial.
“O setor de renda residencial é um dos maiores mercados do mundo, o maior do setor imobiliário nos Estados Unidos. Aqui, está crescendo e tem natureza segmentada”, afirmou ao Estadão/Broadcast o presidente da São Carlos, Felipe Goes.
Com informações do O Estado de S. Paulo