AgroTimes

Suzano (SUZB3): 5 analistas indicam o que fazer após prejuízo bilionário; CEO vê início da desalavancagem

09 ago 2024, 12:35 - atualizado em 09 ago 2024, 12:35
suzano suzb3
Analistas continuam otimistas, apesar de prejuízo (Imagem: Agência Brasil)

Suzano (SUZB3) registrou um prejuízo líquido de R$ 3,76 bilhões no segundo trimestre de 2024 (2T24), segundo balanço divulgado ontem (8), abaixo do resultado negativo de R$ 2,8 bilhões esperado pelo mercado.

Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 6,28 bilhões, crescimento de 60% na base anual.

Durante a teleconferência da Suzano com a imprensa, o CEO Beto Abreu chamou atenção para os destaques do trimestre, entre eles a aquisição de participação na Lenzing, a compra de ativos da Pactiv e o início do Projeto Cerrado.

“O acordo com a Lenzing permite uma expansão em novos mercados e em sustentabilidade, com novas aplicações de celulose no setor têxtil, enquanto o negócio da Pactiv nos permite avançar na cadeia, com vantagem competitiva. Já o Projeto Cerrado nos mantém relevantes na celulose e best-in-class na visão de custo total da commodity. Quanto aos números do 2T24, o forte Ebitda indica o início do nosso processo de desalavancagem”, diz.

Fora isso, quanto perguntando sobre os reflexos nos mercados pela queda da bolsa do Japão nesta semana, o CEO explicou que esse é um dos motivos para a companhia fazer hedge dos seus preços. “Não acredito em um risco de uma recessão no curto prazo, mas um recuo nos mercados não pode ser descartado”, completa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

SUZB3: Como os analistas viram os resultados do 2T24?

O Santander chamou atenção para o Ebitda ajustado no 2T24 de R$ 6,288 bilhões (+38% no trimestral e 60% ano a ano), 7% acima do consenso e 10% acima da nossa estimativa. O banco viu os volumes de vendas ligeiramente maiores do que o esperado, e custos de produção menores.

A alavancagem permaneceu dentro das diretrizes financeira da empresa e o avanço do FCF ajustado de 7% trimestre a trimestre, em R$ 1,9 bilhão pode ser explicado por um Ebitda ajustado mais forte, menores despesas com juros e efeito positivo do capital de giro.

“Mantemos nossa classificação outperfom (compra) e preço-alvo de R$ 75″, explicam Yuri Pereira e Arthur Biscuola.

Destaque para celulose

Com receita líquida de R$ 11,5 bilhões, 4% acima das suas estimativas, a XP Investimentos viu o desempenho da divisão de celulose como o principal destaque, ainda que tenha visto números neutros para SUZB3

Embora o foco principal do mercado permaneça na duração da desaceleração do ciclo de celulose, os analistas acreditam que a Suzano está bem posicionada devido à sua robusta estrutura de custos, a aproximação do Cerrado e ao real ainda mais depreciado, o que deve sustentar a geração e a rentabilidade duradouras do FCF.

“Acreditamos que os preços atuais das ações já implicam preços mais baixos de celulose (~US$ 540/t de BHKP precificado), proporcionando uma margem de segurança em termos de valuation. Reiteramos nossa classificação de compra e preço-alvo de R$ 73″, apontam Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano.

Resultados robustos

Os analistas do Bradesco BBI, que viram um robusto desempenho, esperam que o impulso dos resultados da Suzano no 2T24 permaneça forte, à medida que os preços mais altos da celulose continuam a fluir através dos resultados (devido à defasagem de preços).

“Embora reconheçamos que os ventos contrários aos preços da celulose poderão intensificar-se no curto prazo, continuamos acreditando que existem oportunidades tácticas. Em suma, reiteramos a recomendação de compra para SUZB3 e a vemos sendo negociada a 4,7x o múltiplo EV/EBITDA para 2025”, explicam Rafael Barcellos e Renato Chanes.

O Banco Safra destacou os números “surpreendentemente altos para as exportações de celulose”, em meio as condições mais difíceis de mercado. A instituição recomenda compra e preço-alvo de R$ 70.



A Genial Investimentos também chamou atenção para os números operacionais fortes, impulsionados principalmente pela acentuada escalada do preço da celulose (BHKP).

Segundo os analistas, as incertezas quanto a alocação de capital na estratégia de diversificação, bem como a queda no preço da celulose, que possivelmente será ocasionada pelo excesso de oferta no curto prazo, funcionam “como folhas ao vento”.

Por outro lado, os bons fundamentos da companhia (especialmente a partir de 2025), atuam como raízes fincadas no chão, dando solidez para o crescimento robusto que está logo na virada da esquina.

“Com um EV/EBITDA 25E de 5,2x (vs. média histórica de 7,5x), a companhia nos parece penalizada em excesso pela expectativa de redução no preço da celulose para o 2S24 e isso nos leva a reiterar nossa recomendação de compra, com um alvo de R$ 72”, analisam Igor Guedes, Rafael Chamadoira e Iago Souza.