Suzano (SUZB3) não agrada mercado com plano para 2023. É hora de vender a ação?
As ações da Suzano (SUZB3) são um dos poucos ativos que operam em queda nesta sexta-feira (2), um pregão marcado pela menor liquidez diante de mais um jogo do Brasil na Copa do Mundo 2022. Mas o que o mercado não curtiu mesmo foi o plano de investimentos da companhia para 2023.
A produtora brasileira de papel & celulose estima um plano de investimento de R$ 18,5 bilhões para o ano que vem, acima dos R$ 16,1 bilhões previstos pelo mercado. A Suzano justifica o aumento por gastos com o Projeto Cerrado.
Como reação ao anúncio na véspera, as ações ordinárias da Suzano derrapavam 1,9% a R$ 52,15 cada por volta das 14h15 (horário de Brasília). Mais cedo, os papéis chegaram a valer apenas R$ 50,11 e, na máxima do dia, encostaram em R$ 52,39.
O Itaú BBA engrossou o coro de agentes de mercado que não vê com bons olhos o alto grau de investimentos da Suzano para 2023. Mas isso não significa que é hora de vender ações.
Suzano aproveita recorde
“Apesar de um guidance acima do esperado, a preocupação do mercado era a de que a Suzano elevasse ainda mais seu capex a R$ 19,3 bilhões. Isso não acontece porque a empresa usa parte do ganho extra de geração de caixa recorde no ano para pagar alguns fornecedores, aliviada para um quadro mais complicado em 2023/24″, avalia o analista Daniel Sasson em relatório enviado a clientes.
A gestora reitera sua recomendação de compra para a Suzano e sua preferência ao invés da Klabin (KLBN11) no setor. O preço-alvo é de R$ 70 nos próximos 12 meses, implicando no potencial de valorização de 34%.
Para Sasson, o investidor tem mais a ganhar posicionado em Suzano, que é mais exposta ao mercado de celulose, commodity que ainda deve carregar patamares de preços elevados e ter uma correção mais lenta em 2023 do que a prevista pelo mercado.