Suzano (SUZB3) em queda livre na B3: O que era barato ficou mais; veja o que fazer com o papel
As ações da Suzano (SUZB3) derretem no pregão desta terça-feira (21). Isso porque fontes informaram à Reuters que a companhia estaria avaliando aumentar a proposta de oferta por ativos da International Paper (IP).
Por volta das 14h57, a ação recuava 3,74%, a R$ 49,15. Em vista dos recentes acontecimentos, o BTG Pactual manteve a sua recomendação sobre a SUZB3 de compra a um preço-alvo de R$ 82.
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Em relatório assinado por Leonardo Correa, Caio Greiner e Bruno Lima, foi pontuado que a ação atingiu um dos menores níveis de múltiplos futuros em anos, ou seja, uma baixa de 5 vezes ao EBITDA, e está bem abaixo dos níveis históricos e de pares do setor.
Suzano (SUZB3): É hora de comprar a ação?
Segundo os analistas, a administração merece o benefício da dúvida, considerando seu excelente histórico em fusões e aquisições, além da criação de valor.
“Desnecessário dizer que compreendemos por que os investidores estão tão preocupados com a alocação de capital neste momento e acreditamos que as ações serão negociadas com desconto até que haja maior visibilidade sobre os próximos passos”, ponderam.
É visto pelos analistas uma extensão da desvalorização das ações bastante significativa, além do fato de a Suzano, hoje, ser a empresa do setor de papel e celulose global mais barata.
No ano, a ação acumula queda de 10% e, desde 7 de maio, dia que a notícia surgiu, a Suzano desaba 17%.
Segundo os analistas, o ruído em torno dessa possível transação com a IP fez com que a empresa perdesse quase R$ 13 bilhões em valor de mercado — devido aos crescentes temores de alocação de capital e alavancagem.
“Calculamos que o valor da firma da Suzano está atualmente desvalorizado em mais de R$ 40 bilhões, o que acreditamos parecer bastante excessivo (Cerrado ainda não está precificado)”, apontam.
Em uma análise do múltiplo de toda a indústria global de celulose e papel, 0 que já era descontado, ficou ainda mais barato. Segundo cálculos, a SUZB3 está sendo negociada 4,8 vezes ao Ebitda de 2025.
“Isso implica em um desconto de no mínimo 30% para vários dos seus pares regionais e globais, o que achamos muito difícil de justificar. Para uma empresa com a escala, participação de mercado, competitividade de custos, rentabilidade, potencial de ROIC, credenciais ESG e custo de capital da Suzano, acreditamos que isso é excessivamente descontado”, dizem.
Embora um valor significativo de longo prazo nas ações da companhia seja visto, os catalisadores limitados para uma rápida valorização no curto prazo é o que se destaca.
Para eles, a decisão de comprar a IP agora parece um tanto binária e simétrica no curto prazo, segundo os cenários:
- Cenário 1: A empresa acaba não concluindo um acordo com a IP por vários motivos, como preço e falta de engajamento do conselho da IP. “Nesse cenário, esperamos que as ações recuperem gradativamente, parcialmente, a queda e voltem a ser mais uma tese de celulose/câmbio, com o projeto Cerrado sendo gerador de valor nos próximos trimestres”, discorre.
- Cenário 2: A empresa está altamente comprometida em concluir um acordo com a IP, e o preço aumenta em relação ao nível de US$ 42/ação que a imprensa apontou há alguns dias. “Nesse cenário, acreditamos que as ações poderão sofrer quedas adicionais até que haja maior visibilidade sobre sinergia e potencial de desalavancagem pós-negociação”, completa.