Suzano (SUZB3) dispara mais de 6% com anúncio de joint venture bilionária com Kimberly-Clark

As ações da Suzano (SUZB3) operaram em forte e figuraram entre as maiores altas do Ibovespa (IBOV) nesta quinta-feira (5).
SUZB3 encerrou a sessão com avanço de 6,31%, a R$ 52,90. Na máxima do dia, os papéis da fabricante de celulose e papel atingiram alta de 6,81%. Acompanhe o Tempo Real.
Pela manhã, a Suzano anunciou a criação de uma joint venture com a Kimberly-Clark, em que a empresa brasileira terá o controle — com 51% de participação da operação, que envolve 22 fábricas de papéis sanitários em 14 países, por US$ 1,7 bilhões.
Sendo assim, a fabricante tem o direito de indicar o presidente (CEO) e o diretor financeiro (CFO) da nova empresa, além de três cadeiras no conselho de administração — que será formado por cinco membros.
A transação total foi avaliada em US$ 3,4 bilhões, com a compra da participação restante em até três anos.
- Confira os detalhes da operação em: Suzano (SUZB3) fecha acordo de joint venture com Kimberly-Clark; negócio é avaliado em US$ 3,4 bi
O que dizem os analistas?
O Bradesco BBI avalia a criação de uma nova companhia pela Suzano e a Kimberly-Clark como positiva.
De acordo com os analistas, o negócio está em linha com as diretrizes de fusões e aquisições (M&A) da Suzano e sua agenda estratégica de longo prazo de expansão para produtos acabados, “diversificando seu mix de receitas”.
“A Suzano está comprando ativos (e marcas) de tissue de primeira linha, com uma posição de liderança de mercado em todas as regiões”, afirmaram os analistas Rafael Barcellos e Renato Chaves.
Eles ainda esperam um impacto “imaterial” na alavancagem, com as saídas de caixa da transação previstas para meados de 2026. Nas contas do banco, a fabricante brasileira deve atingir um múltiplo “confortável” de 2,2 vezes a relação dívida líquida sobre Ebitda projetado no final do ano que vem.
A Ativa Investimentos também considerou a operação como um movimento positivo e estratégico para a Suzano, “com racional financeiro sólido e mostra que a empresa tem visão de longo prazo”.
“A transação marca um avanço importante na estratégia de diversificação da companhia, combinando disciplina de capital, expertise industrial e ambição global”, afirma a corretora.
A Ativa avalia que o preço da operação foi “adequado”, com múltiplo atrativo e flexibilidade para alocação futura de capital.
“A transação foi precificada a 6,5 vezes Ebitda, um patamar considerado relativamente baixo em relação a pares do setor — tanto domésticos (como a Klabin) quanto internacionais, especialmente quando comparado aos fabricantes de papéis sanitários, historicamente negociados a prêmios. Como referência, a própria Suzano negocia hoje próxima à 6x”, acrescentaram os analistas.
Já para o Itaú BBA, o anúncio da Suzano reduz a incerteza sobre as decisões de alocação de capital, “um tópico comum de discussão com investidores nos últimos trimestres”. Os analistas também avaliam que a empresa pode reduzir sua exposição à China.
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Os riscos da operação Suzano-Kimberly-Clark
Os analistas do BBI ainda consideram que o negócio inclui uma ampla gama de geografias, incluindo Tailândia e Taiwan, o que aumenta os riscos de execução.
A transação também deve limitar a capacidade da Suzano de aumentar a remuneração dos acionistas no curto prazo, na visão do banco.
Já os analistas do Itaú BBA valiam que é necessário mais detalhes sobre quais serão os desafios da Suzano para colher as sinergias e sobre qual é o impacto na estratégia da companhia em buscar outras fusões e aquisições.