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Suzano (SUZB3): Desempenho da ação não reflete preços da celulose; BTG vê grande potencial

08 set 2022, 14:33 - atualizado em 08 set 2022, 14:33
Suzano
O BTG acreditando que os preços das ações da Suzano estão descontando uma “curva irreal de celulose” (Imagem: REUTERS/Benoit Tessier)

Com base na cotação do último fechamento, a ação da Suzano (SUZB3) possui potencial de valorização de 89%, segundo o BTG Pactual (BPAC11). Em relatório divulgado na segunda-feira (5), o banco reiterou a recomendação de compra do papel, com preço-alvo de R$ 85.

O BTG acredita que os preços de SUZB3 estão descontando uma “curva irreal de celulose” em torno de US$ 500 a tonelada.

Segundo o banco, apesar da recente onda de fluxo de notícias negativas para os mercados de celulose, o segmento do tipo fibra curta (hardwood) ainda parece apertado.

Durante uma reunião do BTG com Leonardo Grimaldi, diretor-executivo de vendas e marketing do setor de celulose e recursos humanos da Suzano, foi destacado que a visibilidade da empresa para os próximos 2-3 meses suporta condições de preços de mercado amplamente estáveis.

“Nossa sensação é que os investidores esperavam uma correção iminente dos preços de hardwood, seguindo os movimentos fracos de preço, que estamos observando nos mercados de softwood – então, o tom mais otimista de curto prazo de fato é uma surpresa”, dizem os analistas Leonardo Correa, Caio Greiner e Bruno Lima.

Assim como o mercado, o BTG enxerga as ações do setor em um momento delicado, mas questiona quantas surpresas positivas serão necessárias para elevar o sentimento dos investidores.

“Quanto tempo durará esse descolamento maciço dos preços versus fundamentos?”, perguntam os analistas.

Oferta segue apertada

Na visão do BTG, os mercados de celulose na China seguem com uma oferta apertada, com falta de estoque em todas as cadeias de suprimentos.

O banco destaca que, nos portos, a inteligência da Suzano indicou que os volumes do tipo fibra curta em armazenamento representam atualmente apenas 30-35% do total, contra uma média histórica de 65%.

Os especialistas pontuam que, até agora, a empresa não tem indicação de uma desaceleração em novos pedidos, então os preços podem ser mantidos em US$ 860 a tonelada por um pouco mais de tempo.

O BTG destaca que os fabricantes de papel conseguiram implementar os recentes aumentos de preços, embora as margens permaneçam, em grande parte, em território negativo na China.

“A produção de papel para os off-takers (compradores) da Suzano (tissue, ivory board, UWF e CWF) aumentou 6% no acumulado do ano, enquanto as exportações de papel também se recuperaram – o que pode ajudar a equilibrar a oferta e demanda de papel no país”, completam os analistas.

Em relação à Europa, para o BTG, embora as incertezas envolvendo a crise energética permaneçam altas, o banco enxerga os mercados de celulose também apertados no curto prazo.

Ação está descolada dos fundamentos

O BTG diz estar perplexo com o descolamento das ações de papel e celulose desde o começo do ano.

“Tem sido muito frustrante ver nossa tese de commodities se concretizando, com os preços da celulose subindo para US$ 860 a tonelada (alta de 40% no acumulado do ano), enquanto a Suzano teve um desempenho abaixo do esperado (queda de 20% no acumulado do ano)”, comentam Correa, Greiner e Lima.

Segundo o banco, atualmente, a ação está sendo negociada no menor nível de múltiplo de vários anos, a 4x EV/EBITDA 22 (próximo de 5x EBITDA 23), implicando uma curva de US$ 500 a tonelada de celulose sendo precificado na ação – o que é visto como “muito conservador” pelos especialistas.

A expectativa para os preços de celulose do BTG para este ano foi reiterada, em US$ 750/tonelada.

“Continuamos a esperar mercados apertados nos próximos meses, o que pode fazer com que ação tenha desempenho mais positivo”, completam os analistas.

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