Suzano (SUZB3): Desconto, impacto do câmbio e bons fundamentos; o que esperar dos resultados do 2T24?

A Suzano (SUZB3) reporta seus resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24) nesta quinta-feira (8), após o fechamento do mercado.

Para analistas da Genial Investimentos, há expectativa de números melhores de embarques trimestre a trimestre, pela redução do ritmo de reestocagem e uma demanda ainda justificável de BHKP na China e na Europa, com um leve aumento de volume (1,6% ano a ano).

“Além de melhoras nos embarques, a tendência é termos uma alta relevante de receita líquida, puxada pelo aumento do preço realizado da celulose de fibra curta (BHKP), que deve subir em 13,1% no trimestral e +22,8% anualmente, já convertidos em reais. Por outro lado, esperamos uma forte linha negativa de variação cambial da dívida, fazendo com que o resultado financeiro venha negativo em R$6,8 bilhões, o que deve retirar basicamente toda a boa performance operacional do Ebitda, fazendo com que a haja uma reversão de lucro líquido para grande prejuízo”, apontam Igor Guedes, Iago Souza e Rafael Chamadoira.

Os analistas lembram que essa situação não possui efeito caixa, e faz parte da dinâmica corriqueira de resultado financeiro da Suzano, que possui em torno de 81% da sua dívida em dólares.

Nos próximos seis meses, as ações não possuem grandes catalisadoras de alta, na visão deles. Porém, já em 2025, há expectativa para uma expansão muito considerável do FCF yield 25E para 13,25% (vs. 5% 24E).

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SUZB3: Fundamentos seguem positivos

Segundo a Genial, os fundamentos para a companhia são positivos, uma vez que adotam BHPK em queda no segundo semestre de 2024. “Ainda assim, a companhia nos parece descontada, com um EV/EBITDA 25E de 5,2x (vs. média histórica de 7,5x). Isso nos leva a reiterar nossa recomendação de compra e preço-alvo R$ 72”, completam.

De acordo com relatório da XP Investimentos de 2 de agosto, Suzano estava sendo negociada a 5,3x EV/EBITDA futuro excluindo Cerrado, um desconto de 24% quando comparado à sua média histórica de 7,0x e -10% vs. players do mercado de celulose.

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Melhor realização de preços da celulose deve gerar resultados sequenciais mais fortes para Suzano

Segundo o Bradesco BBI (em relatório publicado em 17 de julho), os embarques de celulose da Suzano devem aumentar 5%, para quase 2,5 milhões de toneladas, devido à melhor sazonalidade, embora o banco observe que os volumes no trimestre devem ser impactados negativamente por paradas de manutenção na fábrica de Aracruz e algum potencial acúmulo de estoque.

“Esperamos que a realização do preço de exportação da empresa seja em média US$ 699/tonelada no 2T24 (implicando um desconto de aproximadamente 3% em relação à média FOEX China), contra US$ 659 no 1T24 e US$ 509 no 2T23, refletindo parcialmente a recente alta nos níveis dos índices de referência”, comentam.

Olhando para o futuro, ainda que os preços da celulose possam ser corrigidos nos próximos meses, a realização dos preços deverá continuar com tendência de alta no 3T24, principalmente devido aos habituais atrasos no fluxo de preços nos resultados. Além disso, os analistas esperam que o custo caixa realizado/tonelada (excluindo manutenção) aumente 1% em relação ao trimestre anterior, para R$ 823 (contra R$ 812 no último trimestre).

“Para o papel, esperamos que os volumes aumentem 6% no trimestre, devido à sazonalidade mais forte, enquanto os preços devem melhorar ligeiramente, devido aos preços internacionais mais elevados. Estimamos o Ebitda em R$ 6,1 bilhões”, completam.