Suzano (SUZB3): Com 4T21, analistas antecipam desempenho operacional mais forte
A Suzano (SUZB3) reportou resultados do quarto trimestre neutros, com os números refletindo um cenário de preços desatualizados, destaca o BTG Pactual (BPAC11).
O banco afirma que, apesar do aumento nos níveis de custo caixa no quarto trimestre de 2021, a companhia se beneficiou da alta dos preços da celulose – e deve seguir colhendo frutos dessa tendência positiva nas próximas semanas, avaliam analistas.
O BTG tem perspectiva de que a Suzano ainda mostrará um desempenho operacional mais forte. Segundo a instituição, um mercado mais apertado e preços mais altos da commodity ainda não são considerados nas estimativas do consenso.
“Os mercados de celulose estão mais uma vez apertados, e os preços estão novamente em alta. Esperamos que o momento de curto prazo continue melhorando, já que a oferta continua decepcionando”, afirmam Leonardo Correa, Caio Greiner e Bruno Lima, em relatório divulgado nesta quinta-feira (10).
Para o Bradesco BBI, o mercado pode ficar otimista com a Suzano. Analistas da instituição destacam o aumento de R$ 2 bilhões referentes às vendas concentradas para a Ásia no “contas a receber” e adotam a perspectiva de que o impulso dos lucros da empresa vai melhorar, sustentado pela alta da celulose.
Na opinião do BBI, o custo caixa da celulose pode ter atingido o pico no fim do quarto trimestre de 2021.
Na contramão do Ibovespa, as ações da Suzano caem mais de 4% no pregão de hoje.
Os números do 4T21
A Suzano encerrou o quarto trimestre do ano passado com lucro líquido de R$ 2,3 bilhões, o que representa uma queda de 61% em relação ao mesmo intervalo de 2020. O resultado foi impactado pela variação cambial sobre a dívida em moeda estrangeira.
A receita líquida da Suzano cresceu 43% na comparação anual, para R$ 11,4 bilhões, com o volume total de vendas atingindo 3,1 milhões de toneladas.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 6,3 bilhões, alta de 60% em relação a um ano antes.
As margens do período foram pressionadas pelo aumento dos custos. O custo caixa de celulose cresceu 20% no comparativo anual, a R$ 747 a tonelada.
Na opinião da Ativa Investimentos, em um trimestre afetado pela dinâmica complexa em celulose e papel, a Suzano mostrou resiliência. A corretora acredita que a companhia está no caminho para dar continuidade ao processo de desalavancagem e mostrar que pode enfrentar o novo ciclo de investimentos sem maiores turbulências.
Comprar ou não Suzano (SUZB3)?
O Bradesco BBI sustenta a recomendação de compra da ação da Suzano, com preço-alvo de R$ 90.
O BTG também manteve sua indicação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 92, citando uma combinação de forte momento de preços de celulose, valorização e crescimento de longo prazo.
De acordo com o banco, a Suzano é negociada em níveis de valuation barato – aproximadamente 6 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) estimado para 2022, o que implica uma curva de preço de celulose de cerca de US$ 520 a tonelada, o que analistas veem como “muito conservadora”.
“Olhando para o longo prazo, vemos a Suzano como uma das melhores teses de ESG (melhores práticas sociais, ambientais e de governança corporativa) na América Latina, com a empresa sendo carbono negativa hoje, o que oferece uma grande oportunidade para a criação de valor para os acionistas daqui para frente”, dizem os analistas.
A Ativa tem recomendação neutra para a Suzano, com preço-alvo indicado de R$ 57.
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