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Suzano (SUZB3): ‘Câmbio mais alto sempre nos favorece, cada US$ 0,10 representa R$ 500 milhões em 12 meses’, diz RI

13 ago 2024, 9:25 - atualizado em 13 ago 2024, 11:25
suzano
Foto: Divulgação

Dólar mais forte é bom ou ruim para a Suzano (SUZB3)? Essa pergunta costuma voltar ao radar de parte dos investidores quando a produtora de papel e celulose dá prejuízo, ainda mais em momentos de alta da moeda norte-americana como foi o segundo trimestre de 2024 (2T24).

Mas a diretora de relações com investidores da companhia, Camila Nogueira, tratou de ser clara quando questionada se o dólar mais forte esteve entre os motivos do prejuízo.

“Um câmbio mais alto é sempre mais favorável para Suzano. A cada 10 centavos de variação do câmbio, isso representa em torno de R$ 500 milhões em 12 meses na geração de caixa, no Ebitda”, afirmou a diretora, em entrevista ao Money Times.

Segundo ela, o resultado financeiro pode ser explicado pela conversão da dívida e das operações de derivativos, em dólar, por uma taxa de câmbio mais alta.

“No momento em que o câmbio se deprecia no trimestre, há um impacto no nosso resultado líquido. Por isso, a gente sempre diz que o resultado líquido da Suzano nunca é um bom indicador de fluxo de caixa da companhia, exatamente porque ele acaba trazendo de forma não adequada o reflexo que o câmbio gera no resultado, porque essas duas questões estão no nosso balanço como estoque.”

Por outro lado, os benefícios de um dólar mais depreciado são só vistos de forma gradativa, à medida que a companhia realiza suas vendas no mercado externo.

“Você tem toda uma dívida que é marcada pelo dólar mais desvalorizado em um único momento, enquanto você não tem nesse resultado o benefício futuro das vendas que, num câmbio mais depreciado, vão trazer uma geração de caixa maior para a companhia. Não é que gerar esse prejuízo é ruim, é que o benefício do câmbio desvalorizado ainda será trazido para os resultados da companhia de forma gradual, no avanço das nossas exportações ao longo do período”.

A política de hedge da Suzano

Durante o call de resultados, o vice-presidente executivo de finanças da Suzano, Marcelo Bacci, disse que o prejuízo foi uma “inconveniência” e que a Suzano não pretende mudar a maneira como lida com o passivo cambial, mas falou sobre usar uma política de hedge para ser menos impactada.

“Na verdade, nós já usamos uma política de hedge e é justamente por ela que existe esse impacto no nosso resultado financeiro negativo quando o câmbio deprecia. Isso porque, já que a Suzano é uma geradora de caixa em dólar, o que é risco para a gente, do ponto de vista de gestão financeira, é uma eventual apreciação cambial”, explica.

De acordo com Nogueira, são por esses motivos que a empresa conta com operações em que ela protege sua geração de caixa operacional em dólar, uma política que olha para 24 meses e faz essa proteção cambial.



“Temos uma proteção cambial em torno de R$ 5,25. Toda vez que o dólar estiver abaixo disso, a Suzano tem um ganho. Ao mesmo tempo, essa nossa estratégia de hedge tem uma call em R$ 6,06. Sendo assim, se ele avançar acima disso, vamos entregar um pouco do benefício que temos na depreciação cambial, mas toda vez que estiver na banda de R$ R$ 5,25 – R$ 6,06 essa política de hedge não gera um ajuste de caixa”, afirma.

Outra política de hedge da SUZB3 fica por conta da sua dívida majoritariamente em dólar, em torno de 90%, já que a Suzano é predominantemente uma empresa exportadora. “Esse acaba sendo um hedge natural para as nossas exportações”, completa.

A entrevista completa com a diretora de relações com investidores da Suzano você confere no YouTube do Money Times ao longo da próxima semana.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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