Suzano (SUZB3): Aquisição de 15% da Lenzing pode melar uma possível oferta pela International Paper?
Como você viu aqui no Money Times, a Suzano (SUZB3) perdeu R$ 16,48 bilhões em valor de mercado de 6 de maio até 5 de junho após a notícia sobre uma possível oferta de US$ 15 bilhões (R$ 79 bilhões, no câmbio atual) pela International Paper (IP), há cerca de um mês.
Após isso, o BTG Pactual destacou que a Suzano passou a negociar como a produtora de celulose mais descontada do mundo, na expectativa da confirmação da operação com a IP.
Pois nesta quarta-feira (12) a Suzano de fato anunciou uma aquisição, mas não a esperada pelo mercado.
A empresa fechou a compra de 15% de participação na Lenzing, em um negócio que marca a entrada efetiva da gigante brasileira de papel e celulose no ramo têxtil. O negócio gira em torno de 229,9 milhões de euros (R$ 1,3 bilhão na cotação atual).
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As ações da Suzano (SUZB3) reagem em leve alta de 0,35% hoje na B3, cotadas a R$ 49,09. Lembrando que a bolsa como um todo hoje tem um pregão negativo.
De acordo com o Itaú BBA, o negócio com a Lenzing é pequeno para a Suzano, mas abre possibilidades mais a frente, para entender melhor a estrutura do mercado antes de tomar uma decisão mais ousada de ficar com o controle da companhia.
Pelo acordo, a Suzano tem direito a duas cadeiras no conselho de administração da Lenzing, além da possibilidade de comprar uma participação adicional de 15% de ações como parte de uma oferta pública de aquisição obrigatória pelas demais ações da companhia.
Possível compra da International Paper pela Suzano pode melar?
Na avaliação da Genial Investimentos, a aquisição de hoje é de porte pequeno e não compromete muito a realidade da alavancagem da Suzano.
No entanto, para os analistas, a Suzano precisaria manter todo recurso possível em caixa para usar em uma possível oferta de compra para a IP.
“O mercado pode ter mais dúvidas sobre a alocação de capital neste momento, o que pode a vir a ser negativo para as ações. Nos parece que há algumas sinergias, mas são pequenas, ao primeiro olhar”, disseram.
Para Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, não dá para descartar a transação pela IP, principalmente pela diferença de valores envolvidos.
“São duas operações de tamanhos diferentes, e atualmente a IP está em processo de fusão DS Smith (maior companhia de embalagens da Europa), sendo que o que foi veiculado é que a oferta da Suzano pela IP teria como clausula que ela desistisse desse negócio com a DS Smith”, diz.
Em termos operacionais, Arbetman enxerga a Suzano em busca de uma diversificação do uso da sua celulose. “A compra de hoje representa um potencial cliente da sua celulose para fins têxteis. O que dá para relacionar entre os acordos, é que a Suzano pode, além da diversificação, fazer um teste, já que grande parte da celulose para fibra têxtil vem da celulose de fibra longa, que é o principal produto da IP, enquanto a Suzano é a maior produtora global de fibra curta, o que explica um pouco da desconfiança do mercado no acordo”.
Procurada pelo Money Times, a Suzano não respondeu ao pedido de entrevista até a publicação desta matéria.