Suzano recua pelo 2º dia após máximas e venda de ações pela Votorantim
As ações da Suzano (SUZB3) figuravam novamente entre as maiores perdas do Ibovespa nesta quinta-feira, tendo de pano de fundo anúncio de que a acionista Votorantim vendeu 25 milhões de ações da fabricante de papel e celulose, passando a deter apenas 3,7% do capital social da companhia.
Por volta de 11:10, os papéis cediam 2,95%, a 52,97 reais, no segundo dia consecutivo de queda, após ultrapassar 58 reais na segunda-feira, batendo máxima histórica intradia.
Em 2020, os papéis contabilizam uma elevação de 33,5%, enquanto o Ibovespa contabiliza ainda performance negativa de 3%.
De acordo com dados da B3, a venda ocorreu na véspera por meio de ‘block trade’, com o preço de 54,87 reais, movimentando 1,37 bilhão de reais. A corretora do JPMorgan foi a intermediadora tanto na ponta de venda como de compra.
Após a alienação, a Votorantim S.A. (VSA) ainda é titular de 50.180.059 papéis da Suzano, conforme notificação enviada à companhia com data de 2 de dezembro.
Na visão de analistas do BTG Pactual, essa participação também deve ser vendida em algum momento, o que representa um potencial ‘overhang’, embora pequeno.
“Nossa visão é que a celulose não era mais um negócio estratégico para a Votorantim desde a venda da Fibria e, em grande parte, esperava-se que esse desinvestimento final ocorresse”, afirmaram os analistas Leonardo Correa e Caio Greiner em email a clientes.
Eles destacaram que a transação não muda a visão positiva que ele têm sobre Suzano, assim como avaliam que essas vendas não têm impacto relevante na tese de investimento.
“Nós continuamos a acreditar que a Suzano deve continuar a apresentar um bom desempenho sob um ambiente favorável de precificação de commodity pelos próximos meses, e reiteramos nossa (recomendação de) ‘compra'”, afirmaram os analistas do BTG, que têm preço-alvo de 59 reais para a ação da Suzano.