Suzano e Klabin operam com perdas com preço da celulose em queda
Em um cenário de queda acentuada nos preços da celulose desde o final do ano passado, as ações da Suzano (SUZB3) perdem 1,38% a R$ 32,24, enquanto que as da Klabin (KLBN11) caem 0,49% a R$ 16,18, em um cenário negativo para os preços das matérias-primas do setor.
O Valor Econômico desta terça-feira traz reportagem mostrando que os preços da commodity estão próximos da mínima história, registrada em 2016. Com isso, a atividade da indústria do setor, começa a diminuir.
No entanto, os estoques da matéria-prima seguem elevados nos portos chineses, sem contar o começo de um período sazonalmente mais fraco para as indústrias. Com isso, há muitas dúvidas sobre impacto ao mercado ainda em 2019.
A publicação, que ouviu analistas do setor, aponta que a recuperação pode acontecer somente após o Ano Novo Chinês, ou seja, depois de janeiro de 2020.
A canadense Paper Excellence, a russa Ilim e a canadense Canfor já informaram que vão cortar a produção que somadas chegam a 300 mil toneladas de fibra longa.
No Brasil, aponta o Valor, A Klabin decidiu prolongar a parada da unidade Puma, que pode produzir 1,5 milhão de toneladas por ano de fibra curta e longa.
Para as companhias, excluindo a brasileira, a decisão está baseada na convergência entre os preços praticados no mercado e o custo marginal de produção, o que faz com que os produtores passem a operar no vermelho.
Em junho, de acordo com relatório divulgado na semana passada pelo Itaú BBA, os preços de celulose de fibra curta e de fibra longa caíram entre US$ 40 e US$ 50 por tonelada, nos principais mercados mundiais, e a fibra curta perdeu outros US$ 30 desde o fim do segundo trimestre.
Assim, na avaliação do banco, os recentes anúncios de redução de produção podem indicar que as cotações já se e aproximam do vale deste ciclo.
Na semana passada, a consultoria Foex apontou que o preço líquido da fibra curta na China teve queda de US$ 6 por tonelada, indo para US$ 516, acumulando perdas de US$ 31 desde o fim do segundo trimestre. Já a fibra longa perdeu US$ 4 no mesmo mercado, para US$ 569.
Para a Mirae Asset, o cenário e a expectativa dos preços da celulose que não se recuperem no curtíssimo prazo, as ações, tem tido uma variação bem inferior à do Ibovespa.
A corretora espera uma normalização e adequação do setor ao longo do segundo semestre e início de 2020. Outro ponto que tem afetado é a valorização do Real x dólar.
A recomendação é de compra, mas somente com uma visão de médio e longo prazo, esperando que as ações se recuperem somente quando ocorrer uma sinalização de que o pior já passou.