Suzano deve usar ações para ir às compras
Agora fortalecida pelo processo de ida ao Novo Mercado, a Suzano pode estar preparando uma nova ofensiva na consolidação no setor de papel e celulose, avaliam os analistas após a teleconferência dos executivos da empresa realizada na terça-feira (1).
Veja outras recomendações de ações
Desde o anúncio da proposta de unificação das ações na proporção de 1 para 1 na segunda-feira após o fechamento do mercado, os papéis preferenciais de classe A (SUZB5) acumulam uma valorização de 11,1%.
“Em nossa opinião, a escolha de renunciar a um prêmio de controle em um colapso de estrutura de ações sugere que uma troca de ações num futuro M&A [Merger & Acquisition] seria a opção preferida”, explica o analista Juan Tavarez do Citi. O banco indica uma posição neutra nas ações por conta das preocupações com o ciclo de celulose.
O Santander ressalta que em 24 de maio deste ano, durante um evento promovido pelo banco, o diretor financeiro da Suzano Marcelo Bacci afirmou que a empresa pretende desempenhar um papel ativo na consolidação setorial.
“Apesar de vermos a migração ao Novo Mercado e a consolidação setorial como eventos independentes por enquanto, acreditamos que a Suzano pode usar suas ações (possivelmente mais valiosas) em futuras transações de M&A no segmento, reduzindo as necessidades de alavancagem”, analisam os analistas Bruno Giardino e Renato Maruichi. O banco recomenda a compra dos papéis e projetam um preço-alvo de R$ 17.
Oportunidades
Segundo Tavarez, os níveis melhorados de governança corporativa colocam todos os acionistas em melhor posição para ganhos se ou quando a Suzano buscar novas rotas de crescimento. “Acreditamos que isto seria especialmente verdade se o crescimento futuro vier via troca de ações onde presumidamente a melhora na governança corporativa implicaria em maior valor da ação e melhor posicionamento dos acionistas pós fusão”, avalia.
A Eldorado, do grupo J&F, entende o Citi, não deve ser um alvo no momento.