Suspensões do Plano Safra só aumentam os ganhos dos bancos e não ajudam produtor, diz CNA/IPA
Ao final de julho, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a suspensão dos financiamentos do Plano Safra 22/23. Em março, o governo também paralisou as linhas que mal sobravam dos recursos do programa do ciclo 21/22. Nesse buraco deixado, quem ganha são os bancos.
Sem recursos subsidiados disponíveis, mesmo que momentaneamente, o agronegócio é obrigado a recorrer aos bancos com taxas de juros livres, antes ainda de que o dinheiro subsidiado à produção e custeio acabe.
Essa é a avaliação do presidente do Instituto Pensar Agro (IPA), ligado à Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Nilson Leitão, que está vendo a história de repetir.
Como os recursos do Plano Safra não dão para as necessidades do Brasil – ele estima em 30%, apenas -, o governo acaba contingenciando os recursos para remanejamento, só que esse arranjo não resolveu nada nas últimas vezes em que foi aplicado.
“E os bancos vão com a faca no pescoço dos produtores”, diz Leitão, ex-deputado federal.
No Plano Safra atual foram dados créditos suplementares de R$ 1,2 bilhão, aos R$ 340,8 bilhões destinados em semanas antes, 36% acima do destinado em 21/22, na soma de todas as linhas, incluindo o BNDES.