Surpreendido, Campos Neto vai propor novo debate para compras parceladas; entenda
Após o último debate em torno do rotativo do cartão de crédito, no qual o Banco Central propôs limitar o número de parcelas sem juros a 12 vezes, Roberto Campos Neto disse ter se surpreendido com o posicionamento da Abranet.
A Associação Brasileira de Internet (Abranet) divulgou ao mercado uma carta aberta no dia 18 de outubro, direcionada ao corpo executivo do BC, na qual apresentava preocupação sobre o assunto do debate.
“Viemos expressar nossa preocupação com a proposta de intervenção no produto chamado ‘Parcelado Sem Juros’ no cartão de crédito, existente há 30 anos, e informar que não concordamos com tal proposta”, disse a associação.
A Abranet ainda afirmou achar a medida “nociva à sociedade brasileira”, visto que, “qualquer limitação à livre negociação de compras parceladas, pelos impactos negativos sobre a capacidade de compra das famílias – em especial as de menor renda”.
Em vista disso, durante o evento promovido pelo Estadão em parceria com o B3 Bora Investir, na tarde de ontem (23), Campos Neto disse que na falta de entendimento das entidades participantes, o BC buscará sempre propor uma solução.
“Estamos tentando uma solução para equilibrar e não ter bola de neve no efeito do rotativo e para que a população possa continuar comprando pelo parcelado”, comentou.
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Possibilidade de um novo debate sobre Compras Parceladas
Segundo Campos Neto, durante a reunião da última semana, a Abranet não havia demonstrado tanta preocupação como na carta, mas prometeu analisar a proposta.
“Foi uma surpresa para mim porque não teve nenhuma relação com a participação que eles tiveram (na reunião). Eles estavam na reunião, poderiam ter falado naquele momento”, declarou.
O presidente ainda acrescentou achar que não cabia terem feito isso via carta, “mas este é um tema que vamos conversar melhor à frente”, reforçando que para ser encontrada uma solução estrutural, as partes envolvidas precisam estar dispostas a ceder um pouco.
As vendas parceladas sem juros substituíram o cheque pré-datado, no entanto, cresceram mais do que o esperado, levando a uma “intoxicação do produto”, além de resultar em avanço da inadimplência e alta dos juros do cartão.
Campos Neto pontou também que o BC interviu ao assunto, devido ao mercado possivelmente não encontrar sozinho uma solução organizada. “Colocamos todos na mesa. Talvez não fazer nada não seja uma solução.”