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Superintendência do Cade quer reprovação da compra da Liquigás pela Ultragaz

28 ago 2017, 22:05 - atualizado em 05 nov 2017, 13:57

Liquigas

A superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou ao tribunal do órgão a reprovação da compra da Liquigás, controlada pela Petrobras, pela Ultragaz, do grupo Ultra.

A operação foi anunciada em junho por R$ 2,8 bilhões. Na última sexta-feira (25), o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, informou que o parecer deveria sair nos próximos dias. A palavra final será dada pelo tribunal do Cade.

Cabe à superintendência emitir um parecer sobre as fusões e aquisições, o qual o tribunal não é obrigado a seguir, apesar de fazê-lo na maioria das vezes. Se a operação for reprovada pelo conselho, será o terceiro negócio barrado este ano – o Cade já negou as compras da Estácio pela Kroton e da Alesat pela Ipiranga.

O parecer da superintendência destaca que a operação funde as duas principais distribuidoras de gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha. “A operação significaria a eliminação de um concorrente relevante em um mercado onde as quatro maiores empresas respondem por mais de 85% de toda a oferta”, afirma.

Segundo o parecer, a operação geraria sobreposições elevadas na maioria dos Estados, tanto no mercado de GLP envasado quando no a granel. A operação geraria ainda um monopólio no mercado de distribuição de GLP propelente, utilizado em aerossóis.

Além disso, a superintendência identificou elevadas barreiras à entrada em todos os mercados analisados, devido a restrições regulatórias, dificuldade de acesso ao insumo junto à Petrobras, além de vantagens exclusivas detidas pelas empresas já consolidadas.

“Embora haja outras distribuidoras de grande porte, também não se acredita que elas tenham incentivos para rivalizar de forma efetiva com a nova companhia, já que as participações detidas pelos agentes são bastante estáveis nos últimos dez anos. Isso demonstra uma baixa agressividade e rivalidade entre os competidores do setor”, completa.

(Por Lorenna Rodrigues)

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