Superávit comercial marítimo do Brasil aumenta com forte exportação agrícola, diz ATP
O Brasil registrou um superávit comercial marítimo de 19,7 bilhões de dólares em meio a uma queda no valor das importações e fortes exportações agrícolas nos primeiros quatro meses do ano, disse um grupo de operadores portuários nesta segunda-feira.
O superávit é 14,56% maior que o verificado em igual período de 2019, apesar da crise causada pelo novo coronavírus, que afetou sistemas de transporte em todo o mundo, afirmou a Associação dos Terminais Portuários Privados (ATP), que representa empresas como Vale (VALE3) e Bunge.
O resultado reflete o fato de que os portos brasileiros têm operado regularmente durante a pandemia, disse a ATP em comunicado.
O superávit ocorre em meio a uma queda de 30% nos preços dos fretes marítimos após a derrocada mundial no preço do petróleo, acrescentou o presidente da ATP, Murillo Barbosa, em uma nota separada.
O crescente superávit comercial marítimo do Brasil indica a força do setor agrícola do país, que exportou grandes volumes de produtos como a soja em março e abril, guiado pela demanda aquecida da China.
O Brasil embarcou cerca de 36 milhões de toneladas da oleaginosa até abril, de acordo com dados da agência marítima Cargonave. Isso corresponde a metade do volume de soja exportado pelo país em todo o ano de 2019, segundo os números da Cargonave.
A ATP disse que o cálculo da balança comercial marítima envolve apenas cargas movimentas pelo mar, principalmente commodities agrícolas e minerais.
Em termos de valor, as importações marítimas do Brasil recuaram quase 7% entre janeiro e abril em comparação com igual período do ano anterior, enquanto as exportações permaneceram virtualmente estáveis, em 56,75 bilhões de dólares, disse a ATP, com base em dados do governo.
As exportações marítimas do Brasil também seguiram relativamente estáveis no período em termos de volume, alcançando 195,6 milhões de toneladas, enquanto as importações avançaram 1,09% em volume, acrescentou a ATP, também utilizando dados oficiais.
O aumento nos volumes importados reflete mais compras de fertilizantes pelo Brasil. Por outro lado, houve uma queda nos preços do insumo, segundo análise da ATP.