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Superando os bancões: Até onde vai o rali de Nubank (NUBR33) e Inter (INBR32)?

13 jun 2023, 19:26 - atualizado em 13 jun 2023, 19:26
nubank
Ação do Nubank acumula salto de quase 90% em 2023 (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

As ações do Nubank (NU) negociadas em Nova York já acumulam um salto de quase 90% em 2023. Enquanto isso, Inter (INTR) apresenta ganhos em torno de 40% no ano.

Ambos os papéis, que já superam a performance da maioria dos bancos tradicionais, vão no embalo do bom humor do mercado no que diz respeito a ações fortemente penalizadas durante o ciclo de aperto monetário no Brasil e nos Estados Unidos.

O que explica o rali?

Os neobancos engataram um rali saindo de suas mínimas, impulsionados pela percepção de que o afrouxamento do ciclo de alta dos juros no Brasil está se aproximando. Os últimos dados de inflação corroboram para a visão de que o Banco Central (BC) deve anunciar logo mais o início da queda da Selic.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio apontou desaceleração em relação ao mês anterior. Em maio, o indicador subiu 0,23%, ante a alta de 0,61% registrada em abril.

Com isso, o indicador acumula alta em 12 meses de 3,94%, de +4,18% no mês anterior, abaixo da mediana projetada, de +4,03%.

Esses últimos dados levaram economistas a revisarem para baixo as projeções da inflação brasileira ao fim do ano, com as apostas passando de 5,69% a 5,42%, de acordo com o Boletim Focus divulgado nesta semana.

Em relatório datado no fim de maio, o Bank of America (BofA) destaca que o rali das ações não só recebeu suporte por expectativas de taxas de juros menores, como também por perspectivas de melhores resultados à frente, especialmente considerando um aumento de controle de custos.

“Estimativas de resultados para o setor financeiro aumentaram 7% no acumulado do ano, de acordo com o consenso da Bloomberg. Nubank teve a revisão mais positiva (com as expectativas mais do que dobrando), enquanto Bradesco (BBDC4) e Santander Brasil (SANB11) tiveram as mais negativas”, afirma.

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Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, diz que o Nubank tem surpreendido nos balanços recentes. O controle de custos tem levado a uma aceleração de ganho de rentabilidade, e, pesar da inadimplência ainda elevada, a companhia pode continuar surpreendendo por meio desse controle.

Enquanto isso, o Inter tem melhorado seus resultados porque a tesouraria tem parte relevante aplicada em pré-fixados, que devem se beneficiar da descompressão da curva de juros, caso o cenário macroeconômico não mostre surpresas negativas.

Acabou por aqui?

Na avaliação do BofA, novas revisões nas estimativas do consenso podem dar mais combustível ao rali das ações, com o principal gatilho vindo de uma geração de receitas melhor, o que pode ser adquirido com um cenário macro mais benigno, de taxas de juros menores.

Já Quaresma explica que a perspectiva do fim do ciclo de elevação de juros significa que “os ‘prêmios’ na curva de juros vão sendo queimados”, o que diminui o custo de capital do acionista. Isso tende a aumentar o apetite dos investidores pelas ações, acrescenta.

“Para as ações de tecnologia, esse movimento é via de regra mais intenso, porque o grosso do valor de mercado delas está nos fluxos de caixa muito no futuro. Sendo assim, o juro é uma variável bem relevante pra esse segmento”, afirma a analista.

Dessa forma, e em meio à inversão da tendência na Bolsa, com investidores voltando a olhar para ações cíclicas domésticas e ativos de crescimento, Quaresma acredita que o rali das ações do Nubank e do Inter pode se estender mais um pouco.

“O mercado já antecipou parte desse movimento com base na expectativa de queda. Havendo a queda de fato, o ‘efeito certeza’ poderia desencadear uma pernada adicional das ações de tecnologia”, defende.

Banco Inter
Inter é preferência de XP Investimentos (Imagem: Facebook/Inter)

O que fazer com as ações?

A Empiricus tem visão neutra tanto para Nubank quanto para Inter. Mesmo considerando a melhora nos fundamentos do Nubank, o valuation parece pouco atrativo para a casa de análise, com a ação negociada a 7,3 vezes o seu valor patrimonial.

O Inter, apesar de ter um valuation considerado barato (0,9 vez o valor patrimonial), a Empiricus adota uma visão mais cautelosa até encontrar alguma melhora sustentada nas operações.

Recentemente, a XP Investimentos atualizou as estimativas para os BDRs (Brazilian Depositary Receipts, certificados de ações emitidos no Brasil e com lastro em valores mobiliários de emissão de companhias listadas no exterior) de Nubank e Inter.

Entre os neobancos, a preferência recai sobre o segundo nome. Apesar de reconhecer que o Inter está ligeiramente atrás do Nubank na jornada de monetização, a equipe de análise destaca o progresso operacional que a companhia vem realizando. Como adicional, o valuation parece atrativo, com a ação negociada a 0,9 P/VP (preço sobre valor patrimonial).

A recomendação para o Inter é de compra, com preço-alvo de R$ 20,30.

Enquanto isso, o Nubank tem classificação “neutra” e ganhou um novo preço-alvo de R$ 5,90. Apesar de resultados positivos recentes, a XP vê o valuation atual da empresa precificando um “futuro brilhante” pela frente.

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