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Super El Niño? Brasil já enfrenta 9ª onda de calor antes mesmo do início do verão

18 dez 2023, 13:39 - atualizado em 18 dez 2023, 13:39
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Vale ressaltar que apesar do El Niño, o verão só inicia oficialmente no dia 22 de dezembro e esse já é um dos anos mais quentes da história (Foto: Pixabay)

O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu na última semana mais um alerta de onda de calor que o Brasil enfrenta, com as temperaturas batendo a casa dos 40ºC em sete estados de todo o país, em meio ao El Niño.

Este foi o nono aleta do ano e entre os locais mais atingidos, estão Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, sul do Mato Grosso, norte de São Paulo, grande parte de Minas Gerais, sul do Tocantins e oeste da Bahia.

De acordo com o especialista em mudanças climáticas Carlos Sanquetta, os efeitos do fenômeno El Nino devem se intensificar em janeiro e estão sendo agravados pelas mudanças climáticas

O fenômeno conhecido como El Niño marca uma elevação da temperatura média da água do Oceano Pacífico em pelo menos 0,5 grau por três meses consecutivos.

Isso acontece porque o verão, que normalmente oscila entre calor e chuva, será mais seco no próximo ano. As regiões Norte, Nordeste e o Centro do país devem ter temperaturas muito mais altas que o habitual.

Para o Dr. Carlos Sanquetta, Ph.D. em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais e integrante do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o fenômeno El Niño pode estar sendo agravado pelas mudanças climáticas oriundas das ações humanas.

“Alguns estudos já indicam a ligação entre o aumento na frequência e intensidade dos efeitos dos fenômenos como El Nino e as mudanças climáticas causadas a elevação das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera”, destaca o professor.

Além do El Niño, vale ressaltar que o verão só inicia oficialmente no dia 22 de dezembro e esse já é um dos anos mais quentes da história.

Segundo o Inpe, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, até os anos 1990, eram sete dias em média de ondas de calor que atingiam a Terra. Enquanto isso, os dados mais recentes indicam mais de 50 dias de calor atípico em média por ano.

  • De 1961 a 1990: 7 dias
  • 1991 e 2000: 20 dias
  • De 2001 a 2010: 40 dias
  • 2011 e 2020: 52 dias

De acordo com Sanquetta, “a onda de calor é mais um duro lembrete da crise climática e da nossa responsabilidade em relação a ela. Redução das emissões de gases de efeito estufa, remoção do excesso desses gases já presentes na atmosfera e ações de adaptação as mudanças do clima são imperativas e não podem mais ser adiadas”.

Um outro agravante das fortes ondas de calor, é o alerta de instabilidade climática que pode provocar fortes chuvas e rajadas de vento.

A tempestade que deixou 50 mil pessoas sem energia em Buenos Aires, na Argentina, neste domingo, pode estar vindo em direção ao Brasil. A instabilidade se formou por conta do calor severo do fim de semana, segundo o MetSul, e o padrão deve se repetir em território nacional.