SulAmérica economizará R$ 400 milhões com coronavírus
A pandemia de coronavírus fez o banco suíço UBS gostar mais da SulAmérica (SULA11). Mas, nesse caso, o que tem sido um flagelo para a maior parte da economia contribuirá para que a empresa economize dinheiro.
O UBS estima que cerca de R$ 400 milhões em consultas e procedimentos médicos deixarão de ser feitos pelos seus clientes, por causa da Covid-19.
“Apesar da alta taxa de contágio no Brasil, a ocupação do sistema privado [de saúde] tem ficado abaixo das expectativas”, afirma o UBS.
“As restrições à mobilidade acarretaram uma severa redução em vários procedimentos, beneficiando as seguradoras”, explica. Outro reflexo seria uma queda de 200 pontos-base na taxa de sinistralidade da empresa.
As estimativas foram publicada em relatório que o UBS distribuiu aos clientes nesta sexta-feira (19) e obtido pelo Money Times. Nele, o banco suíço promove uma revisão geral de sua tese de investimento para as units da SulAmérica.
Parecer
Vinícius Ribeiro e Mariana Taddeo, que assinam a análise, realizaram dois movimentos. De um lado, cortaram o preço-alvo do papel de R$ 62 para R$ 54. A nova cifra representa um potencial de 23,5% de valorização sobre a cotação usada como referência pelo banco. De outro, elevaram a recomendação de neutra para compra.
Além do impacto positivo da Covid-19 nas contas da companhia, a dupla afirma que ela apresenta uma grande resiliência, baseada em alguns fatores já conhecidos e em algumas novidades. Historicamente, diz o UBS, a SulAmérica é hábil em equilibrar a rotatividade de sua carteira.
Além disso, uma nova linha de planos de saúde, batizada de Direto, diversificou o portfólio da companhia. Ela também é importante, segundo o UBS, para que a seguradora conquiste mais participação de mercado neste ano.
O banco suíço estima um ganho de aproximadamente 30 pontos-base entre este ano e o próximos. Os analistas também gostaram da mudança de foco da companhia, rumo ao setor de seguro-saúde, após a compra da Paraná Clínicas.