Suínos: Exportação e custo menor podem garantir ano mais positivo
Cepea, 15/01/2019 – Depois de atravessar um 2018 desafiador, o setor suinícola está mais otimista, à espera de uma recuperação em 2019. A perspectiva positiva está pautada, segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, nos possíveis incrementos das exportações da carne suína (principalmente a países asiáticos) e redução dos custos de produção (especialmente devido ao aumento na produção nacional de grãos).
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No caso das exportações nacionais de carne suína, dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que podem crescer cerca de 7% em 2019. O Departamento estima aumento na demanda da China pela proteína suína, tendo em vista a redução do rebanho daquele país devido à disseminação da Peste Suína Africana. Vale lembrar que, em 2018 (até novembro), a China foi destino de 25% da carne suína brasileira exportada, com o volume total superando em quase 3 vezes o do ano anterior. Para 2019, o USDA estima que as importações chinesas aumentem 7%; Cingapura e Hong Kong devem registrar crescimentos de 3% nas compras internacionais da proteína.
Em relação à Rússia, mesmo com o recente retorno das compras no Brasil, as exportações ao país euroasiático não devem deslanchar em 2019. Isso porque a Rússia investiu na produção de suínos e deve reduzir o volume importado. Vale lembrar que, até 2017, a Rússia era o principal destino da carne suína brasileira e, em 2018, manteve embargo em praticamente todo o ano.
Quanto aos custos de produção, a oferta de milho e de farelo de soja – principais componentes da ração animal – deve ser mais elevada neste ano, o que pode impedir, ou ao menos limitar, fortes altas nos preços desses insumos. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgados em dezembro, a safra 2018/19 de milho deve aumentar 12,8% frente à anterior. No caso do farelo de soja, o incremento previsto na produção doméstica é de 4,09%.
A produção brasileira, por sua vez, deve aumentar 3% em 2019, segundo previsões do USDA, elevando o excedente doméstico de carne. Apesar disso, o esperado aumento das exportações e o possível incremento da demanda doméstica pela proteína tendem a equilibrar a oferta interna do produto.
Neste caso, o consumo interno de proteínas pode se aquecer, impulsionado pela esperada retomada da economia, que tende a elevar o poder de compra do brasileiro. Projeções do Banco Central indicam crescimento de 2,5% no PIB em 2019 e estabilidade no índice oficial de inflação (IPCA), que deve ficar em 4%.