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Suinocultura do Sul bolsonarista arca com prejuízos por bloqueios; frigorífico não abate e não embarca

02 nov 2022, 15:13 - atualizado em 02 nov 2022, 15:29
Suínos
Acúmulo de suínos parados pode atrapalhar o ciclo produtivo (Imagem: REUTERS/Tom Polansek)

Os estados bolsonaristas do Sul, em termos de proporções de votos válidos no 2º turno, e de onde se propagaram os protestos de alguns caminhoneiros bloqueando rodovias, vai somar mais prejuízos nas importantes cadeias de suínos e aves à medida que se estendem os protestos.

Em Santa Catarina, que deu a maior margem ao presidente Jair Bolsonaro, no Paraná e no Rio Grande do Sul os animais prontos, sem ser abatidos, estão acrescentando mais custos com ração, não dão lugar a outros para a engorda final acumulando o ciclo e, ainda, correm o risco de perder valor se passarem muito do peso.

Carnes também não chegam ao mercado e aos portos, os quais a dependência dos três estados das exportações é muito grande, especialmente Santa Catarina.

O Frigorífico Notable está sem sem abater ontem. E com quatro cargas paradas que deveriam já estar no Porto de Itajaí. Em informações passadas ao Money Times, se melhorar a situação das estradas até à noite, amanhã pode abrir operando normalmente, correndo contra o serviço acumulado, se não cancela tudo de novo.

Na segunda, como noticiado aqui, os frigoríficos catarinenses já estavam em contingenciamento. Ou seja, a movimentação de porcos e frangos já estava travada nas origens.

Poucas granjas, integradas às indústrias e as independentes, bem como os compradores, arriscaram colocar animais em trânsito com as redes reverberando advertências de bloqueios nas estradas, desde o domingo à noite, assim que as apurações confirmaram a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.

No Rio Grande do Sul também não há notícia de animais parados nas estradas, segundo Valdecir Folador, presidente da Acsurs, que representa os suinocultores do estado.

Mas animal gordo, pronto para abate, precisa sair para dar lugar a outro, já que o ciclo de criação não para, averte ele.

Ao mesmo tempo, enquanto não saem para o abate, continuarão comendo, num misto de custo desnecessário, explica Folador.

E com risco de perda de valor se passar muito do ponto desejável de peso.

As indústrias estiveram operando só com o disponível na segunda. Terça pararam. E, com o feriado desta quarta (2), vai se avolumando o efetivo que precisa ser abatido urgentemente a partir da quinta.

O presidente da Acsurs tem notícias de que associados estão esperando até o final do dia para sentirem o clima das rodovias gaúchas amanhã, a fim de carregarem os caminhões – ou não.

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