Suinocultor quase empata custos com vendas e torce para fazer volume com China
O produtor de suíno que precisar de uma reserva para investir na granja, em obras rotineiras de manutenção, terá que tirar recursos daquele pouco que ele consegue levar para suas despesas domésticas.
O cenário é visto no Brasil, mas particularmente no Rio Grande do Sul a situação é considerada mais difícil, onde a escassez de ração é mais firme, segundo a Associação dos Criadores de Suínos do estado (ACSURS).
O custo versus valor de venda do kg vivo está praticamente pau a pau. Valdecir Folador, suinocultor e presidente da entidade mostra que para engordar o leitão o produtor está gastando de R$ 6,60 a R$ 6,70, para comercializar o mesmo kg de R$ 6,80 a R$ 6,90.
Mas há casos de balanço mais próximo do zero a zero.
A primeira safra de milho gaúcha foi muito ruim, os estoques baixos, e a proteína animal com um todo demandando mais comida. E como não tem segunda safra de milho no estado, os produtores vão ter que esperar o cereal que virá do Centro-Oeste a partir de agosto.
“E com tendência de alta, mesmo com a produção muito maior no inverno”, diz Folador, acentuando que a procura das granjas continuará forte e o frete adicionará mais custos. Há um movimento do setor todo pedindo liberdade de importação do grão, mas o governo ainda não decidiu.
O farelo de soja é outro componente de custos importante, que esteve alto até há pouco, começou a ceder agora com a safra, “mas muito de leve ainda”.
Se está difícil manter a estrutura, investir em produção está fora de cogitação, estima o empresário.
A torcida fica mesmo para o mercado externo, China na liderança, seguir aquecido, bem como o foi nos meses passados.
Volume a essa altura é tudo, contra ganho menor na unidade, ainda mais com a tendência de queda no mercado interno ao ritmo das aceleração descontrolada da covid e as restrições mais duras que estão chegando.