Suécia será Texas da Europa para energia eólica
Em uma área remota quase oito vezes maior que Manhattan e coberta por milhões de pinheiros em crescimento, está emergindo o maior parque eólico terrestre da Europa.
Turbinas de 130 metros de altura são instaladas a uma velocidade de cerca de duas por semana no parque, localizado ao norte da Suécia, onde a temperatura cai regularmente abaixo de 10 graus Celsius negativos, e o sol dificilmente é visto por meses a fio durante o inverno.
Até o momento, mais de 170 máquinas estão espalhadas pelo parque controlado por algumas das maiores empresas florestais do país.
O parque Markbygden pode ser o sinal mais claro da mudança sísmica do setor, que deixa de lado os subsídios e se volta para mercados que também estabelecem retornos para usinas tradicionais movidas a gás natural, carvão ou energia nuclear.
É também um prenúncio das gigantescas instalações necessárias para que os países cumpram as metas climáticas que serão discutidas na conferência COP25 das Nações Unidas, que será realizada em Madri na semana que vem.
O parque eólico atraiu investidores de um amplo espectro do setor de energia e alto financiamento. Empresas como General Electric e Macquarie Group planejam investir até US$ 7 bilhões nas instalações.
Será vital para o fornecimento de energia na Suécia, pois dois reatores antigos devem ser desativados permanentemente em 2020, bem como para a exportação de energia para o continente.
Parte da eletricidade também será vendida a clientes, incluindo a produtora de alumínio Norsk Hydro, sob um acordo que era o maior do gênero na época em que foi assinado há dois anos.
A expansão da energia eólica que varre o norte da Suécia foi comparada ao boom eólico do Texas das últimas décadas, que transformou o estado no maior produtor dos EUA.
As planícies altas podem parecer muito diferentes das florestas suecas, mas ambas fornecem vastas extensões de terra com brisas favoráveis, constantes o suficiente para girar as turbinas.
“No que diz respeito à energia eólica, a Suécia tem mais em comum com o Texas do que com o resto da Europa”, disse Roland Flaig, chefe do braço de energia renovável da RWE na Suécia, em entrevista. “Poucos e grandes proprietários de terras possibilitam a construção de parques maiores”.
Quando o parque estiver pronto na próxima década, será conectado por uma rede de estradas de cascalho mais longa do que a distância de Londres a Paris. Duas linhas de transmissão em postes atravessam a paisagem plana, onde as turbinas são os únicos outros marcos.