Mercados

Suco de laranja segue pressionado por demanda menor e espera China para crescer

01 ago 2019, 15:58 - atualizado em 01 ago 2019, 16:06
Suco de laranja sob forte pressão de outras bebidas

Mesmo com as exportações brasileiras de suco de laranja finalizadas menores ao término do ano-safra, agora em julho, os negócios com a commodity se mantêm em baixa no mercado futuro. O enxugamento da oferta do maior player global – e não foi pouco – segue anulado pelas menores vendas aos Estados Unidos, o que projeta mais suco sobrando ante a inelasticidade do consumo (cai na Europa e China cresce pouco), também impactando as cotações.

Os dois próximos vencimentos em Nova York, setembro e novembro, perderam mais de 2 pontos, entre 100 e 104 c/lp, e mais de 3% no tempo real, nesta quinta (1).

Houve uma queda também da produção de aproximadamente 30% no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo Mineiro, da ordem de 30%, que ajudou a cortar a produção de suco concentrado e congelado, mas isso até evitaou mais perdas com o excesso de oferta.

“A China vem crescendo em compras, mas ainda muito devagar”, explica Caroline Ribeiro, analista do Cepea/Esalq, apontando para o país que o setor conta para ter uma mudança estrutural.

A CitrusBR, entidade das exportadoras, estima que se o consumo chinês ir para 0,9 litros per capita, saindo da média de 0,3 atual, haveria um boom da citricultura. Além de aspectos como hábitos de consumo, a maior abertura desse mercado está emperrada por questões técnicas que poderiam ser resolvidas se eles aceitassem os embarques brasileiros a granel, como se faz para a maioria dos destinos.

As exportações totais do Brasil fecharam em 925,8 mil toneladas, em recuo de 20%, e o resultado (FCOJ igual a 66 graus brix) perdeu 18%, totalizando US$ 1,7 bilhão, na comparação com a temporada passada.

Os embarques para os Estados Unidos retrocederam 39% em receita e volume.

E a baixa na Europa foi de 10%, mas como é o maior comprador do suco brasileiro, o impacto é relativamente maior. Ficou em 606,5 mil toneladas.

É deste continente que as queda no consumo são mais acentuadas, pela migração para outras bebidas, tanto que há campanhas locais incentivando a volta do consumo, lembra a analista do Cepea.

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Safra 19/20

A Fundecitrus espera aumento aumento para a próxima safra em 36%, para alguma coisa como 389 milhões de caixas de laranja.

A estimativa foi feita em 10 de maio e se consolidada o Brasil sairá com mais suco.

Caroline Ribeiro do Cepea/Esalq ainda prefere esperar. Mais para o final deste mês e para setembro começará ficar melhor desenhada a expectativa de safra, com as floradas.