Suco de laranja: consumo menor absorveu quebra no Brasil, mas surgiram suportes aos preços
Mesmo com dados já conhecidos da quebra da produção brasileira de laranja da safra 21/22, confirmada depois em 11 de setembro pela Fundecitrus (267,8 milhões de caixas, 9% menor que a estimativa de maio), o suco veio perdendo a máxima do ano de 144,60 c/lp alcançada em 26 de agosto.
Inclusive, de segunda para terça, Nova York tirou mais de 5 c/lp em uma única sessão, descendo dos 138 c/lp.
O recuo do consumo mundial, capitaneado pelos principais consumidores, o bloco europeu e nos EUA, tratou de gerar expectativas de anular a baixa oferta, inclusive pela menor entrega também programada nos Estados Unidos e estoques mundiais ajustados depois da safra passada também ruim no Brasil (mesmo patamar da atual).
Mas há, agora (8h35, Brasília), algumas variáveis que podem servir de atenuantes, melhorando as posições da commodity, que experimenta uma alta nesta quinta (30), de 1,50%, a 135,48 c/lp, no vencimento de novembro.
O governador paulista João Doria reduziu o ICMS para o suco, de 13,2% para 3%. Embora o Brasil não tenha muita tradição de consumo de suco industrializado, a tarifa reduzida tem potencial de reverter um pouco esse quadro e enxugar até 50 milhões de caixas da laranja do mercado a partir de primeiro de janeiro, segundo disse a CitrusBR.
Os contratos futuro de janeiro e março aparentemente sentiram isso, com altas de 1,65% c/lp.
Outra questão foram os alertas, mais acentuados nos últimos dias, de incidência alarmante do greening, a temida doença da laranja.
Daqui para frente, vai entrar no jogo a retomada ou não das chuvas, podendo limitar um pouco o lado positivo se forem mais regulares, na comparação com a prolongada estiagem (depois geadas) que derrubou as projeções desta safra como já havia prejudicado a anterior.