Sucesso da soja puxa renovação da cana; cooperativa tem contratos no grão a R$ 78
Uma pequena cooperativa pode servir para dar um retrato quase nacional em duas frentes do agronegócio. É o caso da Coplacana de São Paulo. Em soja e na cana. Como as duas culturas estão interligadas no estado, o avanço de uma é praticamente o avanço da outra.
A oleaginosa, não sendo cultura principal nas terras paulistas – com exceção no Sudoeste – entra na renovação da cana. E crescendo a originação da primeira pela Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo, como é o caso atual, mostra também que novos canaviais estão sendo plantados. Cana nova ainda vem sendo um dos principais gargalos para lavouras mais produtivas e rentáveis.
A expansão da captação também vem junto com o crescimento dos contratos de entrega. Lucas Bortoletto, analista de grãos, conta com 40% de captação travada até final da colheita. Já há 7 mil toneladas contratadas nesta altura de janeiro, a R$ 77/78,00 a saca.
“A rentabilidade da soja para os produtores brasileiros fica demonstrada pelo crescimento do recebimento da Coplacana”, afirma o representante da cooperativa sediada em Piracicaba. A soja vem se rivalizando no estado com o amendoim, mais tradicional, quando os produtores tiram a cana velha para plantarem a nova depois dos grãos.
Na safra 17/18, a empresa cooperativista recebeu em torno de 50 mil toneladas. Na safra passada, cresceu para 65 mil. Na atual, 19/20, com a colheita já se iniciando em áreas de irrigação no Brasil, espera-se um aumento para 75 mil.
Rotação de culturas
Há uma pequena parte de milho, que já diminui neste ciclo também – apesar dos bons preços – e quase nada de milho de segunda safra, o safrinha de inverno. Saindo a soja, até final de fevereiro, entra a cana. Ao contrário das regiões mais tradicionais de grãos, como Centro-Oeste e Sul, onde a rotação de culturas é com o milho.
Bortoletto não tem uma avaliação da área renovada de canaviais, há várias safras penando entre 10% e 15% da área total, abaixo do ideal. Mas se tem mais soja entrando nos armazéns, está explicado o ganho de área.
Com o benefício ampliado pelo barter, quando os produtores antecipam insumos e implementos contra a entrega futura do produto. Para Lucas Bortoletto, o barter na soja propicia o plantio da cana na sequência.
Na área da influência da Coplacana, que se estende das regiões Araras, Campinas e Piracicaba, descendo para a próximo do centro de São Paulo, nas barrancas do Rio Tietê, em Barra Bonita, o analista de grãos avalia em torno de 12 mil hectares com soja.