Preço do aluguel de imóveis residenciais tem divergência em junho; entenda
Junho foi um mês agitado para os fundos imobiliários e para o setor de imóveis. Foram anunciadas mudanças em programas habitacionais, muitos FIIs compram, venderam e alugaram imóveis.
Mas ao longo da semana, houve fundo interessado em adquirir portfólio de outro, mudanças no Plano Diretor da cidade São Paulo, e até construtora lançando marca destinada às famílias de baixa renda. Além disso, números divergem em relação ao preço do aluguel.
Entre tantos assuntos, confira o resumo das principais movimentações dos setores ao longo da semana e os impactos que podem ter em seus investimentos e em suas finanças.
Inflação dos aluguéis em contraste
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), indicador da FGV muito utilizado para reajustar contratos de aluguéis de imóveis, recuou 1,93% em junho, ante queda de 1,84% em maio. Com isso, o IGP-M acumula perdas de 6,86% nos últimos 12 meses e taxa negativa de 4,46% em 2023.
Entre os indicadores que compõem o dado, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 2,73% no mês, de +2,72% em maio. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) caiu 0,25% em junho, de +0,48% no mês anterior. Dentro do IPC, o grupo habitação desacelerou a alta, de 0,75% para 0,41% em junho. Por outro lado, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,85%, acelerando-se da alta de 0,40% em maio.
No começo da semana, também saiu a prévia da inflação (IPCA-15). O indicador teve ligeira alta de 0,04%, perdendo força ante a alta de 0,51% em maio.
O grupo habitação avançou 0,96% no mês passado, sendo a principal influência para a alta do indicador no mês passado. Dentro desse grupo, o item aluguel residencial subiu 0,68% (de +0,29% em maio). Enquanto isso, no ano, a alta é de 2,53%.
SP tem novo Plano Diretor
A revisão do Plano Diretor Estratégico da cidade São Paulo foi aprovada nesta na Câmara Municipal. Agora, segue para sanção do prefeito Ricardo Nunes. Entre as principais e mais questionadas mudanças no projeto é a maior verticalização da cidade, já que em algumas regiões será permitida a construção de prédios mais altos.
Leia aqui as principais mudanças na principal lei urbanística da capital paulista e que determina regras para construções e adensamentos no município.
Meta de inflação em 3% anima mercado brasileiro: Já é possível sonhar com Ibovespa nos 150 mil pontos? Veja aqui a resposta do analista da Empiricus Research, Matheus Spiess. Inscreva-se no nosso canal e não perca o Giro do Mercado, de segunda a sexta-feira, às 12h!
Lavvi lança marca com foco no Minha Casa, Minha Vida
A construtora e incorporadora Lavvi (LAVV3) está lançando a marca Novvo, que atenderá especificamente o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). O primeiro lançamento da nova empresa já tem data.
Sendo assim, a Novvo lançará seu primeiro empreendimento nos próximos seis ou nove meses. O terreno fica na cidade de São Paulo, na região da Barra Funda. A Lavvi calcula que o projeto terá valor geral de vendas (VGV) potencial de R$ 276 milhões, incluindo todas as fases.
Fundo imobiliário investe em Pernambuco
O fundo imobiliário CSHG Logística (HGLG11) comprou quase 80% de um terreno em Pernambuco por R$ 32,5 milhões. A aquisição é para construir galpões no condomínio logístico Cone Multimodal 02, em Cabo de Santo Agostinho.
Segundo o fundo, o valor da fração de 79,29% da área será pago de acordo com o avanço das obras até o término da construção de dois galpões logísticos. O projeto do HGLG11 no terreno terá duas etapas, sendo a primeira a construção de um galpão de área de 41 mil metros quadrados. As obras desse empreendimento já começaram.
Shoppings viram alvo de FIIs
O Legatus Shoppings (LASC11) é mais um a entrar para o time de FIIs que fizeram operações nas últimas semanas envolvendo centros de compras. O fundo do BTG Pactual vendeu a sua participação de 25% no Shopping Boulevard Vila Velha, no Espírito Santo, por R$ 39,9 milhões. Segundo o LASC11, o cap rate da operação (taxa de capitalização) é de 5,86%.
Junho foi movimentado para os fundos imobiliários, que compraram e venderam participações em shoppings. Veja outras operações que ocorreram nas últimas semanas.
Americanas deixa galpão logístico
A Americanas (AMER3), em recuperação judicial, não é mais inquilina de um imóvel que pertence ao fundo imobiliário RBR Log (RBRL11). A gigante do varejo locava o módulo M1 do Galpão Hortolândia II, no interior de São Paulo. Porém, encerrou o contrato de aluguel nesta semana.
O RBRL11 disse que fez acordo com a Americanas para o pagamento parcelado de quase R$ 2,1 milhões referente à multa de rescisão antecipada e outras penalidades. Com isso, a receita do fundo imobiliário será impactada positivamente em R$ 0,31 por cota ao longo do ano.
Fundo do BTG vende imóveis
O BTG Pactual Logística (BTLG11) assinou compromisso para vender dois imóveis por pouco mais de R$ 105 milhões. Os galpões ficam no Rio de Janeiro e em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Esse último está com operações da Ambev.
Com isso, o BTLG11 estima lucro de R$ 0,92 por cota, caso as parcelas sejam pagas. A primeira parcela, de R$ 25,6 milhões, já foi paga. O restante do valor da operação será pago em mais duas parcelas, sendo a primeira em outubro deste ano, de R$ 11,5 milhões.
FII do Credit quer comprar imóveis de outro fundo
O CSHG Renda Urbana (HGRU11), do Credit Suisse, quer expandir seu portfólio e está apostando alto. Para isso, o fundo fez proposta para adquirir todos os ativos de outro FII, o Succespar Varejo (SPVJ11).
O HGRU11 pretende adquirir 100% de 14 empreendimentos detidos direta ou indiretamente pelo SPVJ, fundo constituído sob a forma de condomínio fechado. A proposta envolve imóveis do Succespar Varejo que abrigam lojas do Assaí Atacadista e dos supermercados Mineirão. Os ativos ficam na Bahia, Paraná, Pará, Ceará, Tocantins, Rio de Janeiro, São Paulo, Alagoas, Rondônia, Acre, Maranhão e Mato Grosso.
O SPVJ11 fará assembleia entre os cotistas para discutirem a oferta do CSHG Renda Urbana.
Santander oferece imóveis com descontos de até 56%
O Santander fará leilão de 57 imóveis residenciais e comerciais em parceria com a Superbird Exchange. Os lances poderão ser enviados até segunda-feira (3), às 15h e são a partir de R$ 82 mil e podem ser feitos no site do banco.
Há imóveis no Rio de Janeiro, na Bahia, Paraná, Paraíba, Rio Grande do Sul. Os participantes poderão optar por parcelamentos em até 420 meses. Além disso, poderão utilizar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para aquisição dos imóveis.
Imóveis até 50% abaixo do preço
A Zuk realiza leilão de imóveis de execução fiscal estadual com preços até 50% abaixo de mercado. A operação será na quarta-feira (5), às 14h, e terá oportunidades de terrenos, imóveis industriais, comerciais e áreas rurais em São Paulo e em Minas Gerais.
Os lances para adquirir os imóveis irão de R$ 1,9 milhão a perto de R$ 20 milhões e poderão ser dados no site da Zuk Leilões.