Stuhlberger, do Fundo Verde, diz que Haddad é “boa pessoa” e governo é “razoável”
Luis Stuhlberger, CEO da Verde Asset e um dos maiores gestores do país, elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante evento promovido pelo banco UBS nesta terça-feira (30). Segundo o jornal Valor Econômico, Stuhlberger afirmou que Haddad “é uma boa pessoa, consciente; pode não pensar igual à gente, mas é responsável, tem boas ideias.” (este trecho foi corrigido às 22h14, a partir de correção feita pelo Valor no texto original, que atribuía a fala de Stuhlberger, erroneamente, a Lula, quando o gestor se referia a Haddad.)
O gestor acrescentou que considera seu governo “razoável”, e afirma que, na prática, Haddad, é o “chefe de governo, sem que isso esteja escrito na ‘job description'”, ainda segundo o jornal.
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O cenário traçado por Stuhlberger incorpora um déficit fiscal de R$ 80 bilhões neste ano, pressionado pelo pagamento dos precatórios. Segundo o Valor, ele considera que, embora negativo, o resultado já foi precificado pelo mercado, que trabalha com números semelhantes.
O gestor do Fundo Verde torce, ainda para que o governo ressuscite a Cide, imposto sobre os combustíveis extinto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, em sua tentativa de se reeleger. Segundo o Valor, o retorno do imposto seria “uma oportunidade de ouro” para o país.
Stuhlberger: Sem erros de Lula e Haddad, Brasil parece ser “bom lugar” para investir
O jornal acrescenta que, caso o Brasil não cometa nenhum erro no curto prazo, Sthulberger afirma que o país “parece ser um bom lugar para alocação de ativos”. O cardápio recomendado pelo gestor inclui ações, posições em moeda brasileira e títulos do Tesouro atrelados à inflação (NTN-B).
O gestor ponderou que os ativos brasileiros “não estão baratos”, mas acrescentou que, “neste ano de queda de juros, longe de dizer que nada está nos preços, em novembro e dezembro tudo andou muito rápido”, de acordo com o Valor.
Stuhlberger também elogiou o trabalho do Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, que conseguiu domar a inflação sem jogar os americanos numa recessão. De acordo com o Valor, o gestor afirmou que, diante de uma inflação americana de 2%, uma taxa de juros de 4% para os Fed Funds seria “uma redução significativa”, mesmo que, no fim de 2024, a percepção de juro real ainda seja alta.
“Mas isso, para o resto do mundo, será muito bom para os mercados emergentes”, completou o gestor do Fundo Verde, conforme o Valor.