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StoneX vê moagem de cana menor no centro-sul do Brasil; corta superávit global de açúcar

14 jul 2022, 14:45 - atualizado em 14 jul 2022, 14:45
No Brasil, a queda na moagem de cana é consequência de um atraso no início do processamento, com produtores tentando aumentar a produtividade após efeitos de um clima adverso em 2021, disse a StoneX (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A moagem de cana-de-açúcar do centro-sul do Brasil deve alcançar 557,5 milhões de toneladas na safra 2022/23, iniciada em abril, estimou nesta quinta-feira a consultoria StoneX, com um corte em sua projeção ante os 565,3 milhões vistos em maio.

Em relatório à parte, a consultoria também reduziu as expectativas para o saldo global de açúcar e passou a prever um superávit de 3,3 milhões de toneladas, contra 4,1 milhões na previsão anterior, que havia sido a primeira para a safra mundial 2022/23, cujo calendário tem início em outubro.

No Brasil, a queda na moagem de cana é consequência de um atraso no início do processamento, com produtores tentando aumentar a produtividade após efeitos de um clima adverso em 2021, disse a StoneX.

Houve também uma redução anual de 0,3% na área a ser colhida nesta temporada do centro-sul, maior polo produtor da cultura. Ainda assim, a moagem de cana deve superar em 6,6% o volume processado em 2021/22.

“Ao contrário da temporada anterior, em que o clima seco e as geadas prejudicaram a produtividade das lavouras, o retorno das chuvas desde o último trimestre de 2021 tem favorecido o desenvolvimento dos canaviais, trazendo um sentimento otimista para o setor”, disse a consultoria em relatório.

O grande volume de chuvas, por outro lado, levou a uma redução no Açúcar Total Recuperável (ATR) médio da cana, de 140,6 quilos para 139,9 quilos por tonelada colhida. O novo número para o ATR também é inferior aos 142,9 quilos por tonelada registrados na safra passada.

A produção de açúcar da região foi estimada em 33,3 milhões de toneladas, diminuição de 600 mil toneladas frente a estimativa anterior, na esteira do corte de projeções para a moagem de cana. Em base anual, há alta de 3,8%.

Para o etanol de cana, a consultoria passou a prever 25,3 bilhões de litros, ante 25,8 bilhões no levantamento de maio.

Do total, cerca de 16,2 bilhões de litros referem-se ao etanol hidratado e 9,1 bilhões ao anidro. De modo geral, a produção do biocombustível de cana deve apresentar um aumento de 5,1% em relação à safra 2021/22.

Isso porque o mix de produção das usinas continua mais alcooleiro, com 55,2% da matéria-prima destinada à fabricação do biocombustível, percentual estável ante a projeção anterior e acima dos 55% na temporada passada, disse a Stonex.

No mercado de etanol de milho, a consultoria destacou que os investimentos são crescentes no Centro-Oeste e o esmagamento do grão continua extremamente favorável às usinas da região. A produção foi estimada em 4,5 bilhões de litros, versus 4,2 bilhões no levantamento anterior, e 29,8% acima da safra passada.

Balanço do açúcar

Para o ciclo 2022/23 (out-set), as expectativas da StoneX continuam sendo de superávit no saldo global de açúcar, sustentado por avanços produtivos na Índia, na Tailândia e no Brasil, especialmente.

Potenciais perdas nos Estados Unidos e na Europa, por sua vez, devem limitar a oferta do adoçante nesses próximos meses. Diante disso, a produção total da commodity é estimada em 193,8 milhões de toneladas, avanço anual de 2,8% frente ao estimado para 2021/22.

Do lado da demanda, o consumo de açúcar deve crescer 1,1%, mas continua limitado por diversas questões, como a Covid-19 em algumas regiões da China, a inflação global e expectativas de recessão nas economias.

A StoneX ainda disse que o corte no saldo, para superávit de 3,3 milhões de toneladas, foi puxado principalmente pela retração nas estimativas dos Estados Unidos e de Cuba. Os estoques finais, por sua vez, devem crescer no comparativo anual para 77,8 milhões de toneladas, alta de 4,5%.

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