AgroTimes

StoneX eleva previsão de safra de milho do Brasil; mantém visão de exportação de grãos

02 maio 2023, 14:26 - atualizado em 02 maio 2023, 14:26
Stonex
A StoneX aumentou a projeção da segunda safra do cereal para 100,8 milhões de toneladas, versus 100,54 milhões na estimativa anterior (Imagem: Pixabay/Alexas_Fotos)

A produção total de milho do Brasil em 2022/23 deve alcançar um recorde de 131,59 milhões de toneladas, estimou nesta terça-feira a consultoria StoneX, elevando a projeção ante a estimativa do mês passado, ainda que tenha mantido o cenário de exportação.

A StoneX aumentou a projeção da segunda safra do cereal para 100,8 milhões de toneladas, versus 100,54 milhões na estimativa anterior.

“A segunda safra 2022/23 do cereal teve um leve ajuste positivo na produção, de 0,2% no comparativo mensal… Expectativas mais favoráveis para a produtividade de Goiás e Mato Grosso compensaram a redução do rendimento médio no Maranhão e da área no Mato Grosso do Sul”, disse o analista de inteligência de mercado do grupo, João Pedro Lopes, em relatório.

No caso da primeira safra de milho, a StoneX manteve sua estimativa de produção inalterada, em 28,6 milhões de toneladas. Com o progresso da colheita da safra de verão, as lavouras vão se tornando cada vez menos vulneráveis às condições climáticas e, portanto, menos sujeitas a revisões.

A StoneX ainda manteve as principais variáveis do balanço de oferta e demanda de milho, com as exportações sendo projetadas na temporada em recorde de 48 milhões de toneladas, aumento de cerca de 1,4 milhão de toneladas ante o ciclo passado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Soja Estável

Com relação à soja, a estimativa de safra brasileira foi mantida em recorde de 157,7 milhões de toneladas na temporada atual, o que seria um forte crescimento na comparação ao ano anterior, quando a seca reduziu a produção brasileira para 127,2 milhões de toneladas.

“Com uma produção recorde confirmada, o mercado acompanha o desempenho da demanda, tanto no mercado doméstico, quanto as exportações”, disse a StoneX, notando que a colheita está praticamente finalizada.

A consultoria elevou o seu número de consumo interno de 54 milhões para 55 milhões de toneladas, diante de perspectivas favoráveis para o esmagamento, com o aumento da mistura obrigatória de biodiesel, além da quebra na Argentina.

Com problemas na safra argentina, o Brasil deverá ter maior demanda externa para derivados como farelo e óleo de soja.

A StoneX manteve a previsão de exportação de soja em grão em recorde de 96 milhões de toneladas, versus 78,7 milhões no ano anterior.

A especialista de inteligência de mercado do grupo Ana Luiza Lodi ressaltou que, neste cenário, os estoques finais de soja 2022/23 ainda ficariam em 8 milhões de toneladas, nível mais elevado que os registrados nos últimos anos, versus apenas 680 mil toneladas no ciclo anterior.

Considerando a média nacional da colheita ultrapassando 95% e com vários Estados já tendo finalizado os trabalhos de campo, a analista comentou que o número de produção não deve sofrer mais revisões significativas.

A StoneX manteve a previsão de exportação de soja em grão em recorde de 96 milhões de toneladas, versus 78,7 milhões no ano anterior (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker PW)

“A disponibilidade da oleaginosa no mercado doméstico está muito elevada, pesando sobre os prêmios, num ano em que as vendas estão bastante atrasadas e não há capacidade de armazenamento suficiente”, frisou.

A consultoria citou mais cedo, durante evento em Nova York, riscos de o atraso das vendas de soja resultarem em maiores gargalos logísticos para exportações agrícolas do Brasil, uma vez que os embarques da oleaginosa poderão coincidir com o momento de pico para o açúcar, cuja produção também será grande em 2023.