Stone tem mais chances de fechar negócio com Linx, avaliam analistas
O conselho de administração da Totvs (TOTS3) aprovou a prorrogação da proposta de combinação de negócios com a Linx (LINX3) até 17 de novembro, mesmo dia em que ocorrerá a assembleia de acionistas para deliberar sobre a aprovação do acordo da Stone (STNE).
Em comunicado divulgado na noite de ontem (8), a Totvs voltou a criticar a administração e os conselheiros da empresa de software, alegando “ausência de transparência” e “omissão […] de discussões e tratativas mantidas há algum tempo” com a companhia.
“A ausência de transparência e esse modus operandi de suprimir a possibilidade de escolha pelo acionista de Linx tem sido prática reiterada pela administração da Linx”, afirmou.
Em uma disputa agressiva com a Stone pelos negócios da Linx, a Totvs levantou a possibilidade de aumentar sua oferta, atualmente em R$ 6,1 bilhões, para superar o montante oferecido pela rival.
Para os analistas do Safra, as potenciais sinergias de uma fusão entre Totvs e Linx são muito atraentes.
“Em termos de receita, as potenciais sinergias são estimadas pela Totvs em R$ 1,3 bilhão (considerando R$ 160 milhões anuais do quarto ano após a conclusão da transação). Essas sinergias seriam obtidas principalmente por meio de oportunidades de venda cruzada, já que as duas empresas têm áreas de negócio similares”, destacaram Silvio Dória e Luis F. Azevedo, membros do time de análise do banco.
Mesmo assim, a aposta do Safra vai para a Stone, que começou a adquirir participação na Linx para ter alguma influência na votação.
“Os últimos eventos nos levam a acreditar que a Stone está mais perto de fechar a transação”, afirmaram Dória e Azevedo.
A Ágora Investimentos defendeu o mesmo ponto. A corretora vê a Stone como a empresa com maiores chances de acertar um acordo com a Linx devido à sua maior capacidade financeira.
A maior preocupação da Ágora no momento é a distração que o acordo pode criar para a empresa de pagamentos.
“Esperamos que esse processo não tire o fôlego de iniciativas mais importantes, a nosso ver, como a distribuição de crédito”, comentaram os analistas Victor Schabbel e Luiza Mussi.