Política

STF estará à altura dos que ensaiam cooptação de instituições, diz Celso de Mello em discurso de despedida

07 out 2020, 19:48 - atualizado em 07 out 2020, 19:48
Celso de Mello vai deixar oficialmente o STF na próxima terça-feira, dia 13 (Celso de Mello: REUTERS/Adriano Machado)

Em seu discurso de despedida no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), o decano Celso de Mello afirmou nesta quarta-feira que tem uma “inabalável fé na integridade e na independência” na corte e destacou que ela estará à altura de quem ensaia a cooptação de instituições.

“Desejo, uma vez mais, afirmar a minha inabalável fé na integridade e na independência do Supremo Tribunal Federal por mais desafiadores, por mais difíceis e por mais nebulosos que possam ser os tempos que virão e os ventos que soprarão”, disse.

“Estou absolutamente convencido que os magistrados deste alto tribunal, com suas qualidades e atributos, sempre estarão, como sempre estiveram, à altura das melhores e das mais dignas tradições históricas da Suprema Corte brasileira, especialmente em delicado momento da nossa vida institucional no qual se ignoram os ritos do poder e em que altas autoridades da República, por ignorarem que nenhum poder é ilimitado e absoluto, incidem em perigosos ensaios de cooptação de instituições republicanas cuja atuação só se pode ter por legítima quando preservado grau de autonomia institucional que a Constituição lhes assegura”, destacou.

A sessão do plenário desta quarta foi dedicada a pronunciamentos de homenagens do decano do Supremo, não tendo havido julgamentos. Celso de Mello disse que havia chegado o momento de partir após 31 anos no Supremo e agradeceu às palavras de admiração.

O decano ainda participa da sessão de quinta-feira do plenário na qual será discutido se o presidente Jair Bolsonaro vai depor por escrito ou presencialmente no inquérito a que é alvo sobre tentativa de interferência da Polícia Federal.

Celso de Mello vai deixar oficialmente o STF na próxima terça-feira, dia 13, antecipando em três semanas a sua aposentadoria compulsória por completar 75 anos.

Bolsonaro, que já fez duras críticas a Celso de Mello, indicou para substituir o decano, o desembargador Kassio Nunes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

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