Startup leva a ‘gig economy’ para o supermercado com prestador de serviço por app
Estima-se que 1,5 milhões de brasileiros têm como fonte de renda a atividade em aplicativos, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Eles fazem parte da economia freelancer, sob demanda ou de “bicos”: a gig economy.
Ela é, basicamente, o resultado da flexibilização do mercado de trabalho diante da era digital, que favorece prestação de trabalhos temporários ou de curto prazo, além de profissionais autônomos, freelancers e serviços como Uber, com a maioria ainda na informalidade.
É um mercado aquecido. O segundo semestre vem surpreendendo positivamente em relação às contratações temporárias após uma pequena retração de 4,6% no primeiro semestre de 2022, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A oferta de vagas deve ser puxada, principalmente, pelas datas sazonais como Black Friday, Natal e Ano Novo, como aponta a Associação Brasileira do Trabalho Temporário (ASSERTTEM) que prevê a geração de mais de 680 mil vagas temporárias neste quarto e último trimestre (outubro, novembro e dezembro).
Parte desta economia, a Anthor apresenta um novo prestador de serviço por app: o repositor de lojas e mercados, “somos um market place, conectamos profissionais autônomos com empresas que precisam de serviços pontuais”, afirma o fundador e CEO da empresa Guido Jackson.
Como uma espécie de “Uber para supermercados”, a startup de Curitiba vem conquistando clientes como Rede Oxxo, iFood e Carrefour com a proposta de fornecer mão de obra para reduzir filas, repor estoques ou recolher o carrinho nos horários com aumento de demanda.
Para eventos como a Black Friday e Copa do Mundo, que ocorrem neste segundo semestre, “estamos nos preparando, normalmente já cresce a demanda, mas a previsão é de dobra-la”, diz o CEO da Anthor.
A startup recebeu recentemente dois aportes, no total de R$ 10 milhões, e está buscando por mais, a meta é atrair R$ 50 milhões em uma próxima rodada, segundo Jackson.
“Os varejistas estão demandando mais cidades”, afirma ele em relação a esse valor, e explica que ao ofertar os serviços em uma nova cidade são necessários investimentos em, por exemplo, comunicação e melhorias no app.
Presente em municípios dos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo, há somente duas exigências para trabalhar na plataforma: ser maior de 18 anos e não ser foragido. “Só precisa de um celular e de uma camiseta. Ganha até três vezes mais do que se trabalhasse fixo”, afirma o CEO e fundador.
Além do celular e da camiseta, que custa R$ 59,90, para começar é necessário também uma bota de segurança e realizar um treinamento online.
É oferecido ao prestador de serviço um seguro de duas horas antes, durante e depois das “missões”, forma como são chamadas as tarefas. Como assinante, o trabalhador é também cliente. Ele paga R$1,99 por mês e não tem limite de missões, essas que são próximas de onde ele está, “para não gastar com transporte”, diz Jackson.
Para o empresário, as plataformas permitem eliminar algumas exigências do trabalho fixo e proporcionam uma “revolução nas relações”.
Mas, segundo ele, esse trabalho precisa ser regulamentado e vai ser regulamentado. “Milhões de pessoas trabalham e usam [as plataformas e apps]. Precisa ser regulamentado. A empresa também precisa dos trabalhadores”.
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