Startup francesa Doctolib vê nova era para telemedicina
A Doctolib, um aplicativo de telemedicina francês, acredita que a expansão da medicina on-line vai persistir mesmo depois que a sociedade voltar à vida normal após o novo surto de coronavírus.
A startup diz ter recebido cerca de 2,5 milhões de consultas em um mês, que geralmente superam 100 mil por dia, pois médicos e pacientes interagem on-line para evitar a exposição ao vírus, como também expor outras pessoas, ou para marcar consultas quando as presenciais são escassas.
O volume é 100 vezes superior ao nível no início da crise. O número de médicos que usam a plataforma multiplicou por 10.
A Doctolib espera manter metade desse nível de visitas e cerca de 75% dos médicos que assinam sua ferramenta de 79 euros por mês quando as restrições forem suspensas, disse o CEO Stanislas Niox-Chateau em entrevista. Antes da crise, a meta do Doctolib era atingir 2 mil por dia até o final do ano.
“Não acho que possa substituir uma consulta médica pessoalmente, nem deveria, mas a telemedicina cria valor para o paciente e para o profissional: na administração do tempo e transporte, em conforto e permite um monitoramento mais regular”, disse Niox-Chateau.
Embora a atual crise de saúde tenha fornecido um impulso para os negócios da Doctolib, ainda não gera lucros imediatos, disse Niox-Chateau.
A empresa está fornecendo sua ferramenta de telemedicina gratuitamente a cerca de 31 mil médicos até o fim de maio. Ainda assim, cerca de 125 mil profissionais pagam 129 euros por mês pelo software de agendamento de consultas da empresa.
A Doctolib, fundada em 2013 e financiada pelo estado francês, levantou 150 milhões de euros (US$ 162 milhões) há um ano, em uma rodada liderada pela General Atlantic, de Nova York. Essa captação de recursos avaliou a empresa em mais de 1 bilhão de euros.
A empresa vai consultar atuais investidores para obter financiamento adicional, pois planeja se expandir em alguns novos mercados além da França e Alemanha.
Niox-Chateau diz que a empresa duplica as vendas a cada ano e espera que a tendência continue, mas não tem planos imediatos de dar lucro “no curto prazo”.
(Atualizada às 14h24)