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Startup de brasileiro que elimina CO2 da produção de aço recebe US$ 120 mi

27 jan 2023, 12:01 - atualizado em 27 jan 2023, 12:01
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O investimento da ArcelorMittal marca uma mudança no interesse das siderúrgicas em investir na tecnologia desde que a Boston Metal começou a buscar recursos em 2018, disse Carneiro (Imagem: REUTERS/Francois Lenoir)

A ArcelorMittal liderou a mais recente rodada de investimento na Boston Metal, startup que desenvolveu uma tecnologia que promete eliminar a emissão de dióxido de carbono (CO2) da produção de aço e que pretende chegar ao mercado até 2026. A rodada envolveu investimento de 120 milhões de dólares.

Grande parte da produção de aço do mundo hoje é feita em alto fornos a carvão e o setor tem sido pressionado a reduzir emissões de carbono. As siderúrgicas produzem 7% a 9% das as emissões de gases estufa, segundo a Associação Mundial do Aço.

A Boston Metal produz componentes para processos que usam eletricidade para dividir o minério de ferro. Isso cria ferro líquido e nenhum subproduto ou emissão de gás além de oxigênio.

Desde que a fonte de energia seja de fonte renovável, isso significa que o processo desenvolvido pela companhia elimina completamente o CO2 da produção de aço, disse o presidente-executivo da Boston Metal, o brasileiro Tadeu Carneiro, que já presidiu a mineradora brasileira CBMM.

O fundo Climate Innovation Fund, da Microsoft, também aderiu ao grupo de investidores, que inclui a montadora alemã BMW. Os recursos serão destinados à construção de uma usina piloto em Boston e à construção de uma instalação no Brasil, onde a própria ArcelorMittal tem grandes usinas, incluindo uma em Tubarão (ES).

Um grande obstáculo para o chamado “aço verde” é o custo da produção, mas o processo eletrolítico pode competir com métodos tradicionais, desde que a energia custe entre 30 a 40 dólares por megawatt-hora, disse Carneiro.

O investimento da ArcelorMittal marca uma mudança no interesse das siderúrgicas em investir na tecnologia desde que a Boston Metal começou a buscar recursos em 2018, disse Carneiro.

Empresas de capital de risco injetaram recursos na startup, mas as siderúrgicas não apostaram na tecnologia na ocasião.

“Cinco ou seis anos atrás parecia ser muito cedo para elas…Mas o ambiente mudou completamente. Agora todas as empresas de aço estão muito interessadas em acompanhar o que estamos fazendo porque precisam de uma solução.”