Stablecoin de Beanstalk é relançada quatro meses após hack de US$ 182 milhões

A equipe por trás da stablecoin Beanstalk relançou o projeto quase quatro meses após ter perdido US$ 182 milhões em um ataque.

A rede estava programada para “retomar” às 13h de ontem (6), no horário de Brasília, segundo um comunicado do projeto. Pessoas que detêm mais de 99% de stalk – token de governança do projeto – apoiaram o relançamento em uma votação que terminou na última sexta-feira (5).

Beanstalk classifica seu BEAN como uma stablecoin descentralizada que usa crédito ao invés de reserva para mantê-la em paridade ao dólar. O projeto foi destaque em noticiários em abril, após um hacker ter usado o mecanismo de governança para roubar o projeto.

As mudanças no código do projeto foram auditadas por duas empresas, e a governança foi transportada para uma carteira multi-assinaturas (“multisig”) da comunidade até que um mecanismo de governança seguro no blockchain possa implementado, disse Beanstalk no comunicado.

A equipe de Beanstalk começou o processo para reiniciar a stablecoin em maio, quando propôs a arrecadação de US$ 77 milhões a partir de um empréstimo de balcão de investidores privados.

A arrecadação foi feita quando stablecoins ganhavam atenção por motivos pouco positivos: na mesma semana, a stablecoin algorítmica de Terra – TerraUSD – implodiu, derretendo mais de US$ 40 bilhões em poucos dias.

Usuários investem em ativos de débito de Beanstalk, conhecidos como “pods”, que funcionam como títulos com bloqueio temporal, pagando uma alta taxa de juros anual.

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Como aconteceu o ataque a Beanstalk

Beanstalk sofreu o ataque em 17 de abril, perdendo US$ 182 milhões em diversos criptoativos.

O hacker usou uma grande quantidade do token de governança stalk, obtida por meio de um empréstimo instantâneo (“flash loan”) na plataforma Aave, para criar uma proposta falsa de melhoria ao protocolo.

“Flash loans” são um modo de tomar empréstimos de grandes quantidades de cripto a baixo custo, pois a quantidade de criptomoedas tomada é devolvida na mesma transação, no mesmo bloco.

Com a grande quantidade de tokens de governança em mãos, o hacker conseguiu fazer com que sua falsa proposta fosse aprovada, retirando os fundos do protocolo e enviando-os para uma carteira pessoal.

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