SPX aposta contra fintechs no Brasil, vê Fed estourando bolhas e favoritismo de Lula
A SPX Capital, uma das maiores gestoras de recursos independentes do Brasil, vê espaço para uma correção de preços nas economias desenvolvidas à medida que os bancos centrais ao redor do mundo caminham para uma retirada de estímulos.
A probabilidade de o Federal Reserve, o BC americano, elevar os juros reais para terreno positivo em busca de conter a atual pressão inflacionária não é desprezível, disse a gestora, em carta a cotistas assinada pelo co-fundador Rogério Xavier.
“Passamos anos com uma política monetária muito estimulativa e com a política fiscal frouxa”, disse Xavier. “Bolhas de ativos foram criadas. Agora, com a reversão dessas políticas, provavelmente essas bolhas estourarão.”
Segundo a SPX, os mercados que devem ser mais afetados pelo movimento das autoridades monetárias incluem ações do setor de tecnologia, títulos de empresas de alto risco, moedas de países emergentes com fundamentos ruins e metais preciosos.
No Brasil, a gestora está com posições vendidas em fintechs e no setor de mineração na bolsa, segundo a carta, que não citou nomes específicos.
A SPX manteve posições compradas em transporte e no setor financeiro contra o índice, além de alocações relativas no setor de consumo.
Sobre a corrida presidencial, Xavier disse que a candidatura petista — representada pela figura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — leva vantagem para ganhar a eleição.
Enquanto isso, diz, o mercado parece abandonar seu “otimismo usual” em relação a um nome liberal reformista.
“Sem empolgar muito, a candidatura petista parece nos condenar a continuar sem grandes avanços ou reformas.”