Spread dos frigoríficos se já tinha sido bom em agosto, vai ficar melhor em setembro
Os frigoríficos estão aumentando a vantagem das margens entre a compra do boi e a venda da carne. E entraram em setembro mais favorecidos, depois do episódio da vaca louca atípica confirmada pelo governo.
Fora dois picos do preço do boi gordo em agosto, a R$ 317 e R$ 319, a média para mês ficou em torno de R$ 312,50, ao se olhar a tabela do Cepea para São Paulo. Em julho, a média foi pouco mais de R$ 316.
Enquanto isso, as exportações cresceram 6% sobre o mesmo período de 2020, e sob pressão positiva do dólar em R$ 5,20 aproximadamente, compensando, para os frigoríficos com boa exposição externa, a fraqueza do mercado interno
Desde o dia 1º, o indicador da Esalq/B3 (B3SA3) para o mercado físico perdeu R$ 10.
O resultado é que o spread entre a aquisição do animal e a comercialização da carne saiu do mês passado acima de 7%, ou até em 10% para lotes de grandes confinadores, em adentrou em setembro subindo pela saída das indústrias das compras entre quando a suspeita da vaca louca chegou ao mercado à última sexta.
Fora a derretida que já era visível também nos contratos futuros na bolsa.
Ainda que haja uma interrupção das exportações, até que os importadores, especialmente China, se certifiquem dos resultados do teste e confiem no diagnóstico de que os dois casos foram atípicos (doença surge espontaneamente em animais velhos, sem risco de contaminação), deverá ser momentânea.
E ainda, no mercado interno, a Agrifatto notou que houve um surpreendente reforço da carne no atacado, em R$ 0,50, subindo a R$ 19,40 ao final da semana.
Em paralelo, já há uma visível queda do milho e da soja – pela colheita da safrinha, do cereal, e pela entrada da safra americana e o plantio no Brasil, da oleaginosa – favorecendo um pouco mais a compra de ração pelos próximos dois a três meses.
Nesse cenário, tira um pouco do ímpeto do produtor em forçar as cotações.