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SP: Vendas de imóveis crescem 10% em 2023 impulsionadas por programas de governo

11 fev 2024, 10:00 - atualizado em 09 fev 2024, 17:26
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Lançamentos e vendas de imóveis do segmento econômico avançam após mudanças no MCVM; médio/alto padrão lançam menos (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

As vendas de imóveis residenciais em São Paulo cresceram 10% em 2023, somando 76,1 mil unidades. O valor geral de vendas (VGV) somou R$ 43,9 bilhões, alta de 26% ante 2022.

Segundo levantamento do Secovi-SP, dos imóveis vendidos no ano passado, 53% foram do segmento de médio e de alto padrão, enquanto 47% foram unidades econômicas enquadradas no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

Na comparação com o ano anterior, a comercialização de unidades do MCMV subiu 5%. A quantidade de residências vendidas foi a maior desde 2016 – 35,9 mil. O VGV somou R$ 8,7 bilhões, também no maior nível em sete anos, 9% acima do registrado em 2022.

Além do programa do governo federal, a cidade de São Paulo conta com os programas habitacionais “Casa Paulista“, do governo do estado, e “Pode Entrar“, da prefeitura.

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Já os empreendimentos de médio e de alto padrão somaram 40,2 mil unidades, alta de 15% na base anual, com valor geral de vendas de R$ 35,2 bilhões, maior montante desde 2013. Ante o ano anterior, houve salto de 30%.

Por faixas de preço, 40% dos imóveis vendidos custaram até R$ 264 mil, com ticket médio de R$ 225,4 mil. Enquanto 21% das vendas foram de unidades entre R$ 264 mil e R$ 350 mil – preço médio de R$ 298,5 mil.

Na outra ponta, os empreendimentos de luxo movimentaram R$ 11,7 bilhões com vendas de unidades que custaram acima de R$ 2,1 milhões. Esses tiveram preço médio de R$ 4,5 milhões. A participação no VGV total foi de 27%.

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Lançamento de imóveis de alto padrão cai

O levantamento do Secovi-SP apontou que 73,2 mil unidades foram lançadas em 2023 na capital paulista, queda de 3% no comparativo anual. Em cifras, o montante subiu 3%, para R$ 44 bilhões.

Os lançamentos do segmento de baixa renda levantaram R$ 9,2 bilhões, avanço de 26% em relação a 2022. Por outro lado, os segmentos de médio e de alto padrão viram o VGV de unidades lançadas cair 3%, para R$ 34,7 bilhões.

Conforme previsto, construtoras e incorporadoras de média e alta renda tiraram o pé do acelerador e lançaram 18% menos que em 2022, somando 36,4 mil unidades residenciais.

Em contrapartida, os lançamentos de imóveis econômicos avançaram 17%, para 36,8 mil unidades, passando os outros segmentos.

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Outro dado é que as unidades mais vendidas foram as de 1 e de 2 dormitórios. A pesquisa do Secovi-SP mostrou um crescimento na tendência das vendas de apartamentos com mais de dois quartos.

Além disso, os imóveis mais comercializados no ano passado foram os com menos de 45 metros quadrados. Na outra ponta, aumentou a procura por apartamentos com mais de 180 metros.

Ao fim de dezembro, ainda havia disponíveis 64,6 mil imóveis para vender na capital paulista, sendo 62% dos segmentos de médio e alto padrão.

Perspectivas para 2024

Com a continuidade de cortes na taxa básica de juros (Selic), mudanças promovidas no MCVM no ano passado e o orçamento recorde do FGTS, de R$ 115,6 bilhões, a expectativa do Secovi-SP é que os lançamentos e as vendas de imóveis de médio e alto padrão subam até 5%.

Por sua vez, a projeção é vender e lançar 5% a 10% mais unidades econômicas.

“O ambiente hoje é muito mais favorável do que em janeiro de 2023, quando a confiança estava em baixa, a taxa de juros em alta e o cenário político era cercado de incertezas”, comenta o presidente executivo do Secovi-SP, Ely Wertheim, em tom otimista.