S&P vê Brasil mais ‘arrumado’ e eleva perspectiva para positiva
A S&P elevou a perspectiva do Brasil de estável para positiva, reafirmando o rating “BB-“, mostra relatório divulgado nesta quarta-feira (14). Para o tão sonhando grau de investimento, no entanto, o país precisaria subir mais três degraus.
A última vez que a nota de crédito do Brasil ficou positiva foi em 2019.
Segundo a agência de classificação de risco, o país ganhou pontos após apresentar maior certeza sobre políticas fiscais e monetárias estáveis que podem beneficiar as atuais perspectivas de baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
Sobre o arcabouço fiscal, aprovado no mês do passado pela Câmara dos Deputados, a S&P diz que o novo texto será mais frouxo que teto de gastos, mas manterá gatilhos que levaram à melhora fiscal.
CONHEÇA A LIVE GIRO DO MERCADO: De segunda a sexta às 12h, estamos AO VIVO no canal do YouTube do Money Times, trazendo as notícias mais quentes do dia e insights valiosos para seus investimentos. Esperamos você!
Já a reforma tributária deve “levar tempo e exigir capital político significativo”.
Além disso, a agência afirmou que, apesar de ainda elevados déficits fiscais, o crescimento contínuo PIB somado ao arcabouço fiscal proposto podem resultar em um aumento menor da dívida do governo do que o inicialmente esperado.
“Tais desenvolvimentos reforçariam nossa visão da resiliência da estrutura institucional do Brasil, com estabilidade na formulação de políticas baseada em amplos freios e contrapesos entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do governo”, disse a S&P.
A agência, como de costume, também citou os cenários que poderiam levar a uma elevação na nota de crédito, ou a um rebaixamento.
Do lado negativo, poderia levar a um corte na nota de crédito a inadequada estrutura de políticas econômicas ou uma implementação deficiente que resulte em crescimento econômico limitado, e, consequentemente, em uma deterioração fiscal ainda maior e endividamento acima do esperado.
Já do lado positivo, a S&P citou que uma elevação de rating pode acontecer caso as instituições governamentais sejam capazes de implementar uma política econômica pragmática que contenha as vulnerabilidades das finanças públicas e crie uma base para um maior crescimento econômico. “Essencial para isso seria a aprovação de reformas adicionais — entre elas uma reforma tributária atualmente em debate”, disse a agência.
Com informações da Reuters