S&P tira CSN de “creditwatch”, mantém rating e perspectiva negativa
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s retirou a Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3) de lista de observação com implicações positivas e manteve o rating da siderúrgica e mineradora em “B-“, com perspectiva negativa.
A listagem de creditwatch da S&P tem como foco eventos identificáveis e tendências de curto prazo que possam levar a agência a colocar os ratings sob monitoramento especial. A empresa havia sido colocada na relação pela S&P em 22 de abril.
A agência afirmou que, embora a CSN tenha concluído refinanciamento de “parte substancial de sua dívida bancária”, com Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, e anunciado outro acordo de pré-pagamento de minério de ferro na véspera, “suas métricas de crédito permanecerão altamente alavancadas”.
“A perspectiva negativa reflete os riscos de novas ondas da pandemia e da consequente desaceleração econômica, o que poderia reduzir os fluxos de caixa da CSN e aumentar os riscos de refinanciamento além de 2020”, afirmou a S&P.
A CSN, que divulga resultado de segundo trimestre em 5 de agosto, encerrou março com uma relação de dívida líquida sobre Ebitda ajustado de 4,78x, acima das 4,07 vezes do final de 2019 e das 3,77 vezes apuradas no primeiro trimestre de 2019.
Segundo a S&P, a alavancagem da CSN “permanecerá acima de 6 vezes nos próximos anos, e uma desalavancagem mais estrutural, com redução da dívida bruta, dependeria da venda de ativos”, algo que a administração da empresa tem prometido há anos.
Do lado positivo, a S&P ponderou que os preços favoráveis do minério de ferro e a queda da demanda de aço mais branda do que a esperada reforçarão o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) e os fluxos de caixa da empresa.